A Volta a Portugal: a equipa, os companheiros, e os objetivos
O calendário começou a marcar agosto ainda há poucos dias. Mas para o mundo velocipédico nacional (e mais além) isso tem apenas um significado: Volta a Portugal. Apesar de ser a primeira vez que Whelan irá correr “A Grandíssima”, ele parece já ter a lição bem estudada:
Agora, estou a preparar a Volta a Portugal. Só vi imagens em vídeo e ouço o que as pessoas dizem sobre a prova, e o que dizem é que é mesmo uma corrida especial. E consigo entender, pelo menos pelos vídeos, o porquê. Consigo ver a emoção, a presença do público e a infraestrutura impressionante que envolve a corrida.

Depois de uma temporada de 2022 onde dominou o calendário nacional de forma destacada, vencendo inclusive a Volta a Portugal, a Glassdrive/Q8/Anicolor apresenta-se este ano como a favorita a repetir a vitória na prova. Reforçou o bloco com Artem Nych e o próprio Whelan, que tece os mais rasgados elogios aos seus companheiros, assumindo o favoritismo que lhes é dado:
A Glassdrive/Q8/Anicolor tem uma formação muito forte, com certeza. Por exemplo, numa corrida como a Clássica de Ordizia, estou convencido de que teríamos sete ciclistas capazes de estar no grupo final, algo que nunca senti nas equipas por onde passei. Os nossos padrões dentro da equipa são altos, e a qualidade dos meus colegas é excelente. Quando nos juntamos para uma corrida, é como se fôssemos uma das melhores equipas Pro Tour do mundo, especialmente em termos de trepadores e resistência.
Obviamente, o objetivo da equipa é vencer a Volta. Temos cinco, seis rapazes fortes o suficiente para o fazer, e podemos vencer seja comigo, com o Artem [Nych], com o Frederico [Figueiredo], com o Mauri [Maurício Moreira]. A equipa está bem preparada e temos várias opções para alcançar a vitória. É uma corrida longa e desafiadora, mas acredito que podemos ter um desempenho muito forte e estar na disputa por vitórias de etapa e pela classificação geral. A exigência está presente, o Rúben [Pereira] quer sempre vencer e conseguir mais do que apenas a vitória na geral. Com a forma como a equipa se tem apresentado, e com o trabalho de todo o staff, desde os equipamentos até à alimentação e toda a assistência dentro e fora da bicicleta, os ciclistas não têm desculpas. Estamos preparados para dar o nosso melhor.
A nível pessoal, Jimmy não esconde que gostaria de vencer, pelo menos, uma etapa na prova mais importante do calendário nacional. É a primeira vez que terá a oportunidade de correr uma grande prova por etapas esta temporada, e por isso a ambição de se mostrar nas estradas portuguesas é máxima. Não exclui também a hipótese de ser ele o elemento da equipa a lutar pela vitória final, mas prefere relevar o coletivo:
A distância das etapas e a acumulação dos dias, isso adequa-se bem a mim. Será a minha primeira oportunidade nesta temporada de competir numa grande corrida por etapas, com mais de cinco dias. Estou ansioso para mostrar a forma física e o treino que tenho estado a fazer. Além disso, agora tenho algumas corridas nas pernas também, a minha forma é boa e estou pronto para encarar este desafio. Tenho confiança de que posso ter um bom desempenho e estou animado para ver como as coisas se vão desenrolar na Volta a Portugal.
Vamos ter de ver como a corrida evolui nas primeiras etapas e, uma vez que alguém tenha a camisola de líder e mostre estar em boa forma, provavelmente iremos apoiá-lo. É assim que costuma funcionar. No entanto, esta é uma corrida longa, e um ciclista pode ter um dia mau também. Vamos ver como fica a classificação geral, mas adoraria vencer uma etapa e acredito que posso fazer um bom contrarrelógio na etapa final, por exemplo. Tenho treinado bastante com a minha bicicleta de contrarrelógio, o que não fiz antes da última corrida, portanto agora as sensações são muito melhores. Mas existem mais etapas, e a subida à Serra da Estrela encaixa-se bem no meu estilo, pois é íngreme no início e depois fica um pouco mais suave. Se eu vencer essa etapa, talvez consiga o passaporte português [risos]. Mesmo a etapa da Senhora da Graça, parece ser uma chegada bonita e desafiadora. A minha forma nas subidas é muito boa, já que estou a treinar em Andorra. Mas qualquer etapa é uma possibilidade para mim. As táticas podem ser interessantes, pois sou bastante aerodinâmico em terrenos planos, então tento sempre tirar vantagem disso. Estou animado para as oportunidades que a Volta a Portugal oferece e estou pronto para dar o meu melhor em qualquer etapa.
O mais importante é que eu entre na corrida saudável e em boa forma física, e o resto acontecerá naturalmente. Não é preciso complicar as coisas, mas ganhar uma etapa seria muito bom. E estamos totalmente comprometidos em vencer a classificação geral por equipas também, o que irá exigir que pelo menos três de nós estejamos sempre lá no final.