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O rescaldo da época nacional 2023: a opinião dos diretores desportivos

Rádio Popular – Paredes – Boavista (José Santos)

Foi com uma das equipas mais jovens que José Santos alguma vez teve ao seu dispor que a Rádio Popular-Paredes-Boavista enfrentou a temporada 2023.  Foi momento para o experiente líder da estrutura axadrezada trazer à tona a sua vasta experiência, acumulada ao longo de décadas dedicadas ao ciclismo, na tentativa de guiar a sua equipa a bom porto. O desafio de igualar os resultados da temporada anterior, nomeadamente a exibição e classificação final de Luís Fernandes na Volta a Portugal, não foram conseguidos, mas nem por isso a equipa deixou de lutar e exibir-se a grande nível, em corridas que certamente estariam realçadas no calendário de provas do ano 2023.

O Imperador César virou Rei (da Montanha da Volta a Portugal) na sua cidade, Viana do Castelo (Fonte: João Fonseca Photographer)

Como se costuma dizer na gíria, quem não tem cão, caça com gato, e o exemplo paradigmático disso mesmo foi o protagonismo que César Fonte assumiu na luta pela classificação de melhor trepador da presente edição da Grandíssima. Uma luta quase diária que culminou com a subida ao pódio na sua cidade natal, “aos pés” de Santa Luzia, como o rei da montanha. Relativamente às vitórias, de destacar o domínio absoluto dos axadrezados na prova da “casa”, o Troféu Ribeiro da Silva, corrida que percorreu, em dois dias, estradas do concelho de Paredes, um dos patrocinadores desta formação. Sem meias medidas, César Fonte e Tiago Leal arrebataram a 1ª e 2ª etapas, respetivamente, com o mais experiente dos dois, o Imperador César, a vencer também a geral. Foi preciso, no entanto, esperar até ao epílogo da temporada, o Grande Prémio Jornal de Notícias, para um ciclista da equipa poder novamente erguer os braços. Tal proeza coube ao suspeito do costume, Fonte, que venceu a 1ª etapa e, consequentemente, passou a envergar a camisola amarela. Não conseguiu ultrapassar as dificuldades naturais da cronoescalada da Senhora da Assunção (3ª etapa), mas como “recompensa” levou para casa a camisola da montanha.

Eu penso que foi uma época positiva, atendendo às características da equipa. É uma equipa jovem, com ciclistas que pouca gente apostaria e, no cômputo geral, achámos que fizemos uma época muito constante, estivemos presentes em quase todas as provas do calendário nacional com grande dignidade, fizemos uma boa Volta a Portugal, não passámos despercebidos; aqui no Grande Prémio Jornal de Notícias idem aspas, que para mim é a segunda prova mais importante do calendário nacional. Acho que estamos satisfeitos com o comportamento da equipa, que tem um orçamento bastante limitado, mas que conseguiu dar conta do recado nesse aspeto também, com os ciclistas jovens que lançámos, e que esperámos em 2024 lançar ainda mais para a nossa satisfação pessoal até.

José Santos

Quanto ao futuro, José Santos admitiu que ainda há muito trabalho pela frente para colocar a equipa à sua medida para 2024, mas o caminho passa por continuar a dar oportunidades aos jovens talentos nacionais emergentes:

Está um bocadinho atrasado, mas vamos ter uma filosofia dentro daquilo que foi a deste ano, portanto, direcionar ainda mais para os ciclistas jovens.

José Santos

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