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O rescaldo da época nacional 2023: a opinião dos diretores desportivos

Glassdrive / Q8 / Anicolor (Rúben Pereira)

Se prémio houvesse que distinguisse a formação mais vitoriosa da temporada, a Glassdrive / Q8 / Anicolor conquistaria, este ano, a terceira camisola amarela consecutiva. Foram 21 as vezes que a turma de Águeda colocou um elemento no lugar mais alto do pódio, incluindo etapas e classificações gerais. De todas as provas organizadas no nosso país (19), entre corridas UCI e do calendário nacional, a equipa liderada por Rúben Pereira venceu quase 50% delas (9). Mas o domínio da equipa não é traduzido apenas nas vitórias, e está também refletido nos 54 top-3 e 130 top-10 em etapas e classificações gerais, e nos 19 registos no pódio de classificações secundárias, das quais 10 resultaram mesmo na conquista da respetiva camisola.

Acho que foi uma época boa. Nós conseguimos já 20 vitórias até à data [após a nossa conversa com Rúben Pereira, a equipa confirmou a vitória na geral do Grande Prémio Jornal de Notícias] com oito ciclistas diferentes, apenas dois ciclistas não conseguiram ganhar na nossa equipa. Ganhámos com jovens, que ajudam muito a equipa no trabalho, como os casos do Fábio [Costa] e do Pedro [Silva], e temos uma equipa muito unida que se reflete na estrada. Ultrapassámos já o número de vitórias do ano de 2021. Não tanto como o número de vitórias de 2022, mas também não nos focámos nisso. Focámo-nos em ganhar, dar o nosso melhor, dignificar os nossos patrocinadores e parceiros, e ter um grupo muito unido e coeso, isso para nós é o mais importante. A Volta a Portugal não foi uma corrida perfeita, mas como é óbvio, tivemos sempre na disputa de todas as corridas, ganhámos praticamente todas as provas em que competimos, e acho que é um balanço bastante positivo. Acho que fomos a referência do circuito nacional este ano, e acho que toda a equipa está bastante contente pelos feitos que conquistamos nesta época.

Rúben Pereira
A equipa da Glassdrive /Q8 / Anicolor ainda subiu ao pódio final da Volta a Portugal como vencedora da classificação coletiva. (Fonte: Instagram da Glassdrive /Q8 / Anicolor)

Como é óbvio, não poderíamos deixar de abordar o tema “Volta a Portugal”. Este era o grande objetivo da temporada para a Glassdrive /Q8 / Anicolor, assumido publicamente pelo próprio Rúben Pereira. No entanto, o desejo de revalidar o título na Grandíssima não foi alcançado, apesar da camisola amarela ter passado mais do que uma vez por ciclistas da equipa, mais concretamente Rafael Reis (o primeiro camisola amarela desta edição da Volta e portador da mesma nas etapas 1 e 4) e Artem Nych (que envergou o símbolo da liderança da geral na etapa 7). Pereira não fugiu ao tema e assume o desaire, dando mérito aos adversários, mas não deixa este acontecimento ofuscar o que de bom foi feito nos restantes sete meses, na sua opinião:

Falhámos um objetivo, esse era o nosso objetivo principal, temos noção. Claro que se tivéssemos ganhado a Volta a Portugal tinha sido ouro sobre azul, mas não foi possível. Mas também não é isso que apaga tudo aquilo que fizemos esta época. A equipa foi mesmo muito unida, e não tivemos as maiores das sortes durante a Volta a Portugal. Claro que isso não serve de justificação para tudo, mas tivemos realmente muitos percalços ao longo da Volta, e quem está por dentro sabe aquilo que nos aconteceu, com o Jimmy [Whelan], com o Artem [Nych], com o Maurício [Moreira]… Tudo isso influenciou o resultado final. Ganhou o homem mais forte da Volta a Portugal. A Volta é uma corrida fantástica, acho que saímos lá também cientes de que demos o nosso melhor e que tudo fizemos para a Volta cair para o nosso lado. Não foi possível, os adversários foram mais fortes.

Rúben Pereira

Já perspetivando a temporada de 2024, o líder da Glassdrive / Q8 / Anicolor deixa antever um pouco daquilo que vai ser desvendado no próximo dia 10 de outubro, tal como foi anunciado com popa e circunstância pela equipa:

Acredito que o próximo ano será um ano bastante importante para a nossa equipa, que certamente irá trazer algumas novidades. A nossa estrutura irá manter-se por muitos anos no ciclismo.

Rúben Pereira

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