Na última grande corrida do ano o vencedor foi o mesmo dos últimos dois anos, Tadej Pogacar. Depois de dois duelos ao sprint nos anos anteriores desta vez o esloveno conseguiu chegar isolado, e surpreendentemente com um ataque em descida.
O dia começou com uma queda de Remco Evenepoel que viria a passar fatura ao belga, já que na última subida não conseguiu acompanhar os favoritos. E também Mikel Landa teve um encontro com o asfalto numa fase mais adiantada da corrida.
Quem tomou conta das despesas do pelotão foram a Jumbo-Visma e EF Education, nunca permitindo uma vantagem superior a cinco minutos ao grande grupo de fugitivos do dia. E até coube à equipa rosa o primeiro grande movimento do dia, com Ben Healy a atacar de bem longe, como é seu apanágio, acompanhado por Oscar Onley da DSM. A iniciativa do campeão irlandês nunca pareceu muita liberdade e na subida do Passo di Ganda, última do dia, cedo se percebeu que a batalha ia ser entre os homens do grupo dos favoritos.
Com a UAE já na frente de corrida, o primeiro ataque surgiu por intermédio de Adam Yates, eliminando bastantes corredores, como o já referido Remco Evenepoel. Com a formação da nova frente de corrida começou um jogo do gato e do rato entre Pogacar e Roglic. Os dois eslovenos iam-se marcando e permitiram que um grupo se ganhasse vantagem com nomes como Simon Yates, Vlasov, Adam Yates ou Woods. Pogacar conseguiu fintar a marcação de Roglic e alcançou o primeiro grupo e depois de alguns minutos de descanso lançou nova investida, saltando para a frente com apenas Vlasov a conseguir juntar-se.
O grupo perseguidor, impulsionado maioritariamente por Roglic, conseguiu chegar ao duo da frente no topo da subida, mas desta vez Pogacar tinha mais um trunfo na manga. O campeão em título tomou a dianteira, lançou-se na descida e perante a inoperância dos adversários foi ganhando metros e segundos preciosos. Com o passar dos quilómetros era cada vez mais evidente que Pogacar iria completar a terceira vitória consecutiva na competição, algo apenas feito por Alfredo Binda e Fausto Coppi. O pódio foi decidido ao sprint com Bagioli a ficar com o segundo posto e Roglic a conseguir o lugar mais baixo do pódio.
Pogacar coleciona assim o segundo monumento do ano, empatado com Mathieu Van der Poel, e o seu quinto na carreira, tornando-se o ciclista em atividade com mais vitórias nestas míticas clássicas.