L.A. Alumínios/Credibom/Marcos Car – Hernâni Brôco

Sendo a equipa do pelotão continental português com a média de idades mais baixa (21,7 anos), a L.A. Alumínios/Credibom/Marcos Car assume orgulhosamente, pela voz do seu diretor desportivo, Hernâni Brôco, ser uma equipa de formação: “Penso que o nosso objetivo é formar os jovens, um projeto que é único em Portugal, uma vez que apostamos desde cedo nos jovens portugueses. É um projeto que para quem gere não está ao alcance de todos porque é preciso muito estofo, temos muitas vezes que por de parte os resultados desportivos e olhar apenas para o crescimento deles. “
E isso reflete-se nos resultados da equipa durante a época de 2022. No calendário de elites, tiveram prestações muito positivas nas provas UCI: levaram de vencida a classificação da montanha na Volta ao Alentejo através de Rodrigo Caixas, e João Medeiros foi o melhor jovem do GP Torres Vedras. Ainda, conseguiram um top-10 na Clássica da Arrábida por Gonçalo Leaça (8º lugar). No calendário sub-23, evidenciaram-se no Grande Prémio Azores, com o 2º lugar à geral de João Medeiros, duas vitórias em etapa, uma pelo mesmo João Medeiros (3ª etapa) e outra por Ruben Simão (2ª etapa), e pela vitória na classificação da montanha, por Francisco Marques. Na Volta a Portugal do Futuro, viram ainda Alexandre Montez a triunfar na classificação da juventude.
Pelo contexto, e pelos resultados obtidos neste ano, Hernâni Brôco afirmou que “de um modo geral, estou bastante satisfeito com os resultados que conseguimos tanto na estrada como na pista, faltou-nos apenas a vitória que esteve por escassos centímetros quer na Volta a Portugal quer em Valongo, no GP Jornal de Notícias. Conseguimos vitórias no escalão sub-23, mas procurávamos mais. Sei que seguramente vai chegar e a maior satisfação que me dá é chegar ao final da época e ver que eles evoluíram muito mais ao longo do ano, e para o ano iremos continuar a evoluir. Espero conseguir manter muitos deles e que as outras equipas só os venham buscar quando estiverem formados.”
No entanto, Brôco mostrou-se também muito crítico contra o estado do ciclismo de formação em Portugal: “O que me entristece é que muitas vezes [as outras equipas continentais portuguesas] apostam em ciclistas que não se conhece e os jovens portugueses são cada vez mais deixados de parte, e nos próximos anos vamos ter uma grande lacuna tanto no escalão de juniores como de sub-23. Da minha parte, tento sempre ir buscar alguns valores, mas estas equipas profissionais têm que fazer pressão perante a Federação para que se consiga novamente criar bons valores e mais quantidade. É o que eu espero, e que possamos ter futuros campeões, não no presente, mas sempre trabalhar para o futuro.”