Quais as tuas melhores recordações das estradas portuguesas?
A coisa que eu gostei mais foi partilhar as estradas com grandes ciclistas – grandes em termos de nome mas também em termos de caráter.
Pako Ochoa
As melhores recordações de Pako Ochoa nas estradas portuguesas são o tempo passado com aqueles que considera “grandes ciclistas”, em todos os sentidos da grandeza, e recorda uma história da Prova de Abertura do ano passado, que foi disputada em condições desafiantes:
Lembro-me de uma corrida no ano passado, em que estava muito frio, chovia e havia ventos fortes. Começámos a correr e acabei por não terminar, fui direto para o autocarro para tomar um banho quente. Terminando a corrida ou não, terminando na frente ou atrás, todos sofreram naquele dia […]. Todos tremiam no autocarro da equipa [Feirense] e ninguém falava porque estavam cansados. Mas lembro-me de estar sentado em frente ao André Cardoso, que agora é meu colega de equipa, e ele falou de forma séria, sem brincadeira: ‘Eu adoro o ciclismo!’ Ele é mais velho que a maioria dos ciclistas e passou por muitas coisas na sua carreira, mas ele volta para correr connosco e sofrer o mesmo. No final, ele não precisa de ir a este tipo de corridas, costumava correr no Giro, Tour e Vuelta, mas agora está a correr a Prova de Abertura e ainda adora o ciclismo. É este tipo de paixão que eu realmente aprecio.
Pako Ochoa
A habilidade e a experiência podem variar, mas a partilha de uma mesma paixão aproxima ciclistas de todo o mundo, independentemente do contexto em que se encontram.
Este tipo de ciclistas, para mim, já são lendas, e eles ainda têm a mesma paixão pelo ciclismo, mesmo quando estão a sofer. É algo que reconheço claramente, porque é a mesma paixão que eu tenho, e também a mesma paixão que vejo na maioria dos ciclistas filipinos.
Pako Ochoa
Agradecemos a Pako Ochoa a disponibilidade para nos conceder esta entrevista. Amanhã, estará disponível a 2ª parte aqui na Portuguese Cycling Magazine!
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