Entrevistas, Estrada, Nacional

PCM Entrevista: Pako Ochoa (1ª Parte)

PCM Entrevista: Pako Ochoa (1ª Parte)

Como foi a tua adaptação à cultura portuguesa? Quais foram as diferenças que mais notaste?

Em termos de adaptar-me à cultura desportiva em Portugal, a diferença entre o nível de onde eu vim nas Filipinas e o nível em Portugal é bastante grande. Alcançar a forma física adequada e adaptar-me ao estilo de treino adequado para correr é muito difícil.

Pako Ochoa

Naturalmente impõem-se as dificuldades na adaptação à cultura desportiva de Portugal, mas de modo geral, Pako Ochoa descreve o ambiente como “muito acolhedor” e na mudança, encontra vários pontos positivos:

Em termos da cultura à volta do ciclismo, foi uma mudança muito positiva, porque mesmo nas provas amadoras vêm-se as pessoas a apoiar, elas param o que estão a fazer para torcer pelos ciclistas! As estradas são fechadas, o que é muito seguro. Na Ásia, a maneira como conhecemos as corridas é com os organizadores a tentarem fechar as estradas o máximo possível, mas não são eficientes como na Europa, então definitivamente é uma grande vantagem que temos quando corremos aqui.

Pako Ochoa

Desde as suas primeiras pedaladas com o equipamento do Atum general / Tavira / Maria Nova Hotel que Ochoa sabe a forma como o povo português vibra com o ciclismo e partilha connosco a história do momento em que se apercebeu dessa situação:

Lembro-me da primeira vez que andei com a camisola da minha equipa profissional, Tavira, em 2020. Fui dar um passeio normal e parei para tomar um café, e um senhor idoso no café começou a falar comigo e a perguntar sobre a equipa, porque conhecia o Vidal Fitas e todos os outros, e até pagou o meu café. Tivemos uma conversa muito boa sobre ciclismo e realmente é algo especial, sentir a diferença entre saltar dos amadores não só para uma equipa normal, mas para uma das equipas mais antigas da Europa. Nas Filipinas, a equipa mais antiga tem 15 ou 20 anos, e a história do ciclismo não é tão longa. Está profundamente enraizado na nossa cultura, mas uma parte está perdida. Por isso, acredito que essa é uma das maiores adaptações que eu gostei a correr [em Portugal].

Pako Ochoa
Pako Ochoa a treinar com as cores do Atum General / Tavira / Maria Nova Hotel
Foto: Arquivo pessoal
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