Rádio Popular – Paredes – Boavista (José Santos)
Depois de um ano onde a equipa axadrezada assumiu grande protagonismo na maior prova do calendário nacional, com Luís Fernandes a conseguir-se intrometer entre os homens da Glassdrive / Q8 / Anicolor nos lugares cimeiros da classificação geral da Volta a Portugal, perdendo apenas o lugar no pódio no contrarrelógio final entre Porto e Vila Nova de Gaia, a Rádio Popular – Paredes – Boavista começa 2023 a “apalpar terreno”, como se diz na gíria, como deixa a entender José Santos:
Somos uma equipa muito jovem, os objetivos para nós são expectantes, na medida em que atendendo às características da equipa estamos com alguma ansiedade para ver o comportamento das primeiras provas e depois aferirmos a equipa em relação àquilo que for a prestação dessas mesmas provas.

Foto: Eduardo Campos (UVP – Federação Portuguesa de Ciclismo)
De facto, o plantel da equipa para a presente temporada é marcado claramente pela juventude. Despediram-se dos axadrezados três corredores experientes, designadamente Tiago Machado, “o ciclista do povo”, que pôs um ponto final na sua carreira; também Daniel Freitas, Alberto Gallego e Francisco Agea seguiram as mesmas pisadas do famalicense; César Martingil, que rumou ao Algarve (Aviludo – Louletano – Loulé Concelho), e Vinicio Rodrigues também não transitaram para 2023. No lado das entradas, passaram a envergar o xadrez o regressado César Fonte, Tiago Leal (ambos provenientes da Kelly / Simoldes / UDO), Raúl Rota (Manuela Fundación Continental) e dois dos ciclistas em destaque no escalão júnior no ano de 2022, João Martins (Póvoa de Varzim – CDC Navais) e Tiago Nunes (Silva & Vinha – ADRAP – Sentir Penafiel). Em relação a estes últimos atletas, José Santos prefere refrear as expectativas:
Para além desses dois [João Martins e Tiago Nunes, ed.], a maior parte dos ciclistas têm menos de 23/24 anos, de modo que, vamos ver. Naturalmente são dois ciclistas de referência, com características diferentes, um para a montanha e outro para sprintar, e este primeiro ano é um ano de primeiro contacto, de aprendizagem, de saber como é que funcionam as coisas e depois em 2024, se estivermos cá todos, porque eles têm dois anos de contrato, aí já podermos aferir melhor as qualidades deles. Este primeiro ano é sempre um ano de aprendizagem, de habituação.
E é com o elenco mais jovem dos últimos quase 20 anos (teremos de recuar até 2006 para encontrar um plantel axadrezado com uma média de idades mais baixa), que a Rádio Popular – Paredes – Boavista enfrenta a temporada de 2023, que, apesar de um bom par de resultados na Clássica de Santo Thyrso e Clássica da Primavera, teve um ligeiro percalço, com a suspensão da equipa por 30 dias por parte da UCI, que retirou a oportunidade de participar na Clássica da Arrábida e na Volta ao Alentejo.