Em 2017 dão o salto para o estrangeiro para a Axeon. Como aconteceu esta mudança? Quais foram as maiores dificuldades que sentiram?
Os gémeos durante a sua experiência na Axeon. Foto: Davey Wilson
“Existem dificuldades, a mudança de uma equipa portuguesa para uma equipa estrangeira. Ter de viajar para o estrageiro, estágios na América, nunca tínhamos saído muito de Portugal.”
Ivo Oliveira
Com as provas dadas pelos Gémeos Oliveira durante os escalões de formação, não foi de espantar a sua ascensão tê-los levado à Axeon, uma das melhores equipas de formação do mundo.
“Foi uma mudança que nós sempre quisemos, estávamos prontos para isso. Era o nosso sonho correr no estrangeiro. Foi uma alegria para nós.”
Ivo Oliveira
Sobre a adaptação, Ivo Oliveira considera que o seu à vontade com a língua inglesa, não esquecendo as referências dos portugueses que passaram pela equipa, nomeadamente Rúben Guerreiro, ajudou muito.
Em 2019 assinam contrato pela UAE Team Emirates, como lidaram com esta progressão na vossa carreira? Como é competir no World Tour?
“A mudança para o estrangeiro foi feita já em sub-23, mas a subida ao nível de World Tour é sempre diferente. A estrutura de World Tour tem uma dimensão muito maior, só o staff tem quase 100 elementos, a estrutura da equipa é muito maior, as responsabilidades são outras, e a adaptação leva o seu tempo. Adaptação a equipa, as corridas, ao ritmo…”
Rui Oliveira
Os valores do trabalho e do tempo são fundamentais na adaptação. Neste aspeto, Rui e Ivo Oliveira realçam o papel fundamental do Rui Costa e dirigem também uma palavra de apreço aos outros portugueses da estrutura: Bruno Lima e Hilário.
Qual o balanço que fazem do vosso percurso pela UAE Team Emirates?
“Tive dois anos complicados, dois anos praticamente sem correr devido a lesões. Nessa altura o foco era trabalhar para recuperar dessas lesões, onde a equipa teve um papel importante. Mesmo com estas lesões graves, consegui fazer duas grandes voltas, estar em provas importantes, e trabalhar para os líder da equipa. Portanto acho que progredi imenso, e a cada ano que passa tenho dados provas disso.”
Ivo Oliveira
Gémeos Oliveira na Volta ao Algarve 2022. Autor: Roberto Bettini
“Durante estes anos fomos mais corredores de trabalho. Um corredor leva tempo a crescer e a ter as suas oportunidades, e já tivemos algumas. Nas oportunidades que tivemos demonstramos que conseguimos e atingimos bons resultados. Somos corredores que trabalham em prol da equipa, e a estrutura tem toda a confiança que podemos fazer um bom trabalho. Já fiz três grandes voltas, já corri nas melhores clássicas do mundo, mas claro quero sempre mais, quero progredir!”
Rui Oliveira
Apesar de algumas adversidades durante o percurso na UAE Team Emirates, os gémeos fazem um balanço positivo do seu percurso e realçam o crescimento que tiveram desde o primeiro ano na equipa.
Este ano é o vosso último ano de contrato com a UAE Team Emirates, o que podemos esperar para o vosso futuro?
“ Vou continuar a trabalhar para melhorar os meus resultados, e consequentemente, o próximo contrato há de aparecer.”.
Rui Oliveira
Para Rui Oliveira, o seu último ano de contrato não influencia o seu empenho e a naturalidade com que corre pela equipa. Inclusive não sente pressão pelo fim do contacto porque o objetivo, desde o início, é continuar a trabalhar e melhorar os resultado