O nosso país cumpre já uma longa tradição de exportação de talentos para a mais alta roda do ciclismo mundial. À memória do leitor virá com certeza um rol de nomes que marcou a história das pedaladas portuguesas nas provas mais importantes do mundo, e o qual não nos atrevemos a nomear, sob pena de nos esquecermos de nomes que, justamente, têm lugar nesse hall of fame nacional.

Mas o objetivo deste artigo também não será esse. As memórias, os tributos e os registos a esses ases do pedal são tantos que mais um artigo desse género cairia facilmente na redundância. Não. Aqui, pretendemos dar voz e visibilidade àqueles portugueses que fazem parte do topo da pirâmide do ciclismo internacional, mas que cumprem o seu papel atrás do holofotes e das câmaras. Falamos de portugueses que fazem parte do staff das melhores equipas do mundo, em número surpreendentemente elevado, algo que é alheio à maior parte dos fãs de ciclismo.
Por altura da Figueira Champions Classic, a Portuguese Cycling Magazine teve a oportunidade e o prazer de partilhar os bastidores na véspera da prova com as equipas World Tour (WT) presentes em Portugal, e foi notório, em grande parte destas equipas, a presença da língua de Camões entre as mais diversas nacionalidades que compõe o seu staff. Foi no meio deste cenário que chegamos à fala com Hélder Gomes, mecânico da EF Education-EasyPost, que num misto de simpatia e timidez, despendeu alguns minutos para nos contar tudo sobre o seu percurso profissional, desde os primeiros passos em Portugal, até aos maiores palcos do ciclismo mundial.
Página 3 – A realidade do World Tour