Os Gémeos e a Pista
A Pista é a praia dos Gémeos Oliveira. Ambos competem pela seleção nacional e não o podiam fazer melhor, tendo alcançando inúmeros pódios dentro e fora de Portugal.
A história dos Gémeos na pista começou em 2011 e desde logo o talento inato para correr na madeira foi revelado. Ainda no escalão de juniores, em 2013, Rui Oliveira conseguiu a medalha de prata em scratch no Europeu, a primeira medalha de sempre para Portugal em pista. Mais tarde, em 2014, foi bronze novamente em scratch, não só no Europeu mas também no Mundial de 2014, além de ter conquistado, em dupla com o irmão, o terceiro lugar na disciplina de Madison. Já Ivo Oliveira teve um ano de ouro também, sagrando-se campeão do Mundo e da Europa em Perseguição, acrescentado mais uma medalha de bronze em Omnium no Europeu e ainda a Corrida por Pontos no Mundial.
Na categoria Sub-23, aos palmarés não faltaram, e em Portugal, no Campeonato da Europa, realizado no Velódromo Nacional em Anadia, Rui Oliveira sagrou-se campeão da Europa de Eliminação, uma vitória em “casa”, que demonstrou claramente a superioridade dos gémeos, com Ivo Oliveira a conquistar o segundo lugar na vertente de Perseguição.
Foi no Campeonato da Europa, em Berlim, 2017, que os Gémeos Oliveira triunfaram no escalão de elite, conquistando duas medalhas. Rui Oliveira conquistou a medalha de bronze na disciplina de Eliminação, fazendo história novamente, conquistando a primeira medalha da história do ciclismo português de pista nos Europeus de elite.
No ano seguinte (2018), Ivo Oliveira, garantia uma medalha inédita para Portugal nos Mundiais na categoria de Elite, na vertente de Perseguição Individual.
Ivo e Rui Oliveira, voltaram para Portugal, em 2020, com o título de vice-campeões europeus em Madison, depois dos Campeonatos Europeus disputados na Bulgária, onde a seleção nacional de ciclismo de pista terminou com seis medalhas.
E foi em 2021, como mencionado anteriormente, que Rui Oliveira se sagrou Campeão da Europa de Scratch, renovando o titulo para Portugal ao fim dos 15km, o anterior detentor do Jersey era Iúri Leitão, na prova que decorreu em Grenchen, na Suíça. Na temporada seguinte, Ivo Oliveira arrecadou mais uma medalha em Perseguição Individual, desta vez de bronze, nos Mundiais de pista de Saint-Quentin-en-Yvelines.
Este ano, Rui Oliveira começou logo a dar trunfos na pista, sagrando-se pela segunda vez na sua carreira, vice-campeão europeu de Eliminação, nos Europeus de ciclismo de pista, no velódromo da Grenchen, na Suíça, esta foi a quinta medalha do ciclista da UAE-Emirates nos Europeus.
Sendo atletas de pista consideram que isso vos traz vantagens para a estrada? Qual a importância da pista na estrada?
“A pista trás diversas vantagens, sabemos nos mexer dentro do grupo, a pista permitimos treinar a cadencia, uma vez que a estrada é muito a base de força. Na pista só temos um andamento, portanto é importante trabalhar a cadencia, e este é um dos trabalhos que levamos para a estrada. A confiança de andar dentro do grupo na pista e a própria destreza necessária são qualidades que levamos para a estrada.”
Ivo Oliveira
Ambos já alcançaram diversos pódios na vertente de pista, inclusive nos campeonatos europeus e mundiais, o que sentem que ainda vos falta alcançar?
“ Ir aos Jogos. E ganhar uma medalha (em relação aos Jogos Olímpicos de Paris 2024). E claro, ser campeão do mundo.”
Rui Oliveira
A vertente de pista ainda esta em crescimento em Portugal, o que acham que deve ser melhorado para potenciar este crescimento?
“ Precisamos de mais apoios, e já demostramos capacidades com as várias medalhas que fomos obtendo. Temos potencial para correr contra as melhores equipas do mundo e melhores nações. Falta mesmo, um grande patrocinador.”
Rui Oliveira
Há sempre coisas a melhorar, disse-nos Rui Oliveira, refere que Portugal já se encontra num patamar alto na vertente de pista em termos de corredores, mas refere a falta de patrocinadores. Os patrocinadores são importantes para a seleção nacional ter a oportunidade de ir a mais corridas e adquirir mais material, na pista tudo é decidido ao milímetro e ao segundo, sendo que o material é muito importante.
Além disso, Rui Oliveira, refere que também seria importante ter mais pessoas a ajudar a federação nesta vertente do ciclismo. Deixa uma palavra de agradecimento à federação portuguesa de ciclismo, referindo que este órgão apoia bastante os atletas e fazem tudo ao seu alcance para potenciar os ciclistas de pista.
