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Antevisão da época nacional 2023: a opinião dos diretores desportivos

Kelly / Simoldes / UDO (Manuel Correia)

A Kelly / Simoldes / UDO arranca para a temporada de 2023 como uma das equipas mais jovens do pelotão nacional, estatuto que partilha com a Credibom / LA Aluminios / Marcos Car, ambas com uma média de idades de 21,8 anos, ou não fosse este um projeto encabeçado por Manuel Correia, um formador de excelência.

A equipa de Oliveira de Azeméis teve algumas mexidas na sua estrutura, perdendo uma das suas referências: César Fonte (Rádio Popular – Paredes – Boavista), mas também Tiago Leal (Rádio Popular – Paredes – Boavista), Daniel Dias (Credibom / LA Alumínios / Marcos Car) e Francisco Moreira (ABTF Betão – Feirense). Saíram quatro ciclistas e entraram três, todos ainda em idade de sub-23: Noah Campos (júnior da Landeiro – KTM – Matias&Araújo – Frulact), João Paulo Silva (que representou a da Fortunna-Maia) e Duarte Mixão (ex- Alenquer-G.D.M-Sobralcar), o que reforça a aposta na juventude por parte da estrutura de Manuel Correia, como o próprio reconhece:

Nós somos uma equipa que é sempre construída por corredores muito jovens. Ano após ano a média de idades tem vindo a baixar. O ano passado saiu o César Fonte, por exemplo, e contratamos corredores mais jovens.

No entanto, a pouca experiência que a juventude traz acoplada, pode ser colmatada com a irreverência própria das idades mais jovens, e é exatamente isso que Manuel Correia tenta extrair dos seus pupilos:

Nós somos uma equipa muito irreverente, que durante a época estamos sempre na luta, quer através do Luís Gomes, quer através de outros corredores jovens. Como o António Ferreira, por exemplo, que ainda este ano faz uma Volta ao Algarve excelente, mas se calhar passou um bocado despercebido à imprensa portuguesa, o que é lamentável, porque nós somos uma equipa com poucos recursos, mas muito organizada, que preza pela boa imagem do ciclismo, e que tem contribuído para a formação de grandes talentos do ciclismo nacional há muitos anos a esta parte.

A façanha de Luís Gomes em Braga, na passada edição da Volta a Portugal foi um dos marcos na história da equipa oliveirense, e é com a Grandíssima no horizonte que a Kelly / Simoldes / UDO irá preparar a época, que, pelo crescente número de corridas que tem vindo a preencher o calendário caseiro, terá de ser gerida da melhor forma:

A vitória de Adrián Bustamante na Volta ao Alentejo, a primeira da temporada para a equipa.
Foto: Matias Novo (Podium Events)

É uma equipa que tem que ser gerida com algumas pinças, até porque nós, e a maior parte das equipas portuguesas, depois daquilo que aconteceu em 2022, não estávamos à espera de ter um calendário tão vasto. Felizmente, temos um calendário muito vasto e vamos ter de fazer aqui uma gestão muito cuidada para que estes jovens cheguem à Volta a Portugal em condições.

Mas não é só da Volta a Portugal que se alimenta a ambição de Manuel Correia e dos seus ciclistas, como comprovam os resultados obtidos em corridas de um dia na última temporada. E é nesse tipo de provas que a equipa irá também apostar este ano:

Nós vamos procurar, principalmente nas clássicas, ter sempre o objetivo de estar na discussão das corridas. Vamos procurar ser sempre uma equipa ambiciosa, objetiva e estar sempre nos lugares cimeiros, porque é isso que nos distingue dos outros.

Até agora, e dos quilómetros já percorridas em 2023, a equipa tem estado em bom plano, com Adrián Bustamante a tomar as rédeas neste início de temporada, vencendo uma etapa na Volta ao Alentejo e estando sempre na discussão das restantes provas nacionais.