A maior prova do ciclismo nacional começa, já amanhã, e importa olhar para os 1538,5 quilómetros cronometrados que irão separar o tiro de partida, em Águeda, ao último metro do contrarrelógio, em Viseu. A 85.ª edição da Volta a Portugal Continente irá apresentar dureza logo desde o início e o contrarrelógio final terá ainda mais quilómetros. O Observatório de Vila Nova está de volta ao percurso e promete apimentar a prova já ao segundo dia. Crato e Penedono estreiam-se como cidades de partida da Volta, na edição este ano.
Fica a par das 11 tiradas que compõe a 85.ª edição da ‘Grandíssima’, neste guia que trazemos até ti. Esta será a primeira parte do guia, durante o dia irão sair mais 2 partes, está atento!
Prólogo (quarta-feira – 24/07): Águeda – Águeda (5,5 quilómetros)
Os primeiros 5500 metros desta 85.ª Volta a Portugal Continente serão efetuados em torno de Águeda. Este ano o Prólogo será ligeiramente maior e terá também alguns topos, além de ser algo técnico. As primeiras diferenças serão feitas aqui, no entanto não são esperadas disparidades enormes entre os ciclistas que irão disputar a geral da prova.
1.ª Etapa (quinta-feira – 25/07): Anadia (Sangalhos) – Miranda do Corvo (Observatório de Vila Nova) (158,2 quilómetros)
A primeira etapa em linha do certame apresenta logo a chegada ao Observatório de Vila Nova, que já figurou no percurso em 2022 e causou algumas diferenças entre favoritos e sendo isso mesmo que se poderá esperar uma vez mais. A jornada será relativamente tranquila sem dificuldades orográficas até aos últimos 30 quilómetros, sensivelmente. A partir daí os ciclistas entrarão na fase dura da jornada, primeiro com a 2.ª Categoria do Santuário do Senhor da Serra, que deverá começar a selecionar o pelotão e depois com a 1.ª Categoria do Observatório de Vila Nova (com cerca de 10 quilómetros a 8,3%) a causar as primeiras diferenças de vulto entre os favoritos à geral. A tirada terá, ainda, 3 Metas Volantes em Cantanhede, em Montemor-o-Novo e em Condeixa-a-Nova.
2.ª Etapa (sexta-feira – 26/07): Santarém – Lisboa (Marvila) (164 quilómetros)
O terceiro dia de competição trará a primeira grande oportunidade para os sprinters que estejam presentes nesta edição da Volta possam brilhar. O dia será tranquilo sem dificuldades montanhosas, a não ser uma 4.ª Categoria em Santarém ainda primeiro terço da jornada. A chegada a Marvila será efetuada em falso plano, porém espera-se que seja um puro sprinter a levar de vencida a segunda etapa em linha. A jornada contará com 3 Metas Volantes no Cartaxo, em Almeirim e em Vila Franca de Xira.
3.ª Etapa (sábado – 27/07): Crato – Covilhã (Torre) (161,2 quilómetros)
Outra das jornadas que poderão ajudar a definir a geral da prova aparece ao quarto dia de competição e promete aquecer bastante, com a mítica chegada à Torre. O caminho até à Covilhã não terá muitas armadilhas, porém serão transpostos 3 Prémios de Montanha de 3.ª Categoria (Serra de São Miguel, Serra das Olelas e Serra da Gardunha) até ao prato principal do dia. A ascensão à Torre terá o condão de continuar a marcar as diferenças entre os principais favoritos, nos seus 202,2 quilómetros a 6,6% e é possível que ao quarto dia de competição a geral possa já estar encabeçada por aqueles que realmente poderão levar de vencida a volta. Como nas outras etapas a etapa terá, ainda 3 Metas Volantes em Castelo Branco, no Fundão e na Covilhã.
4.ª Etapa (domingo – 28/07): Sabugal – Guarda (164,5 quilómetros)
A quarta etapa em linha traz-nos o habitual final na Guarda, sendo uma etapa que geralmente causa algumas diferenças atendendo ao facto de ter um percurso bastante ondulado e irá anteceder o dia de descanso. A etapa deverá ser tranquila até à entrada dos últimos 50 quilómetros – antes disso existirá uma 3.ª Categoria, em Sortelha, quase logo no início -, onde as dificuldades irão aparecer em maior escala. A partir daí começa um carrossel frenético de sobe e desce que levará os ciclistas até à Guarda, sendo a primeira dificuldade a 2.ª Categoria de Famalicão da Serra, seguindo-se depois a entrada na Guarda que presenteará aos ciclistas 3 3.ªs Categorias, sendo que a segunda dessas 3.ªs Categorias será a primeira passagem pela meta. Mais uma vez serão 3 as Metas Volantes do dia: em Penamacor, em Belmonte e em Meios.
5.ª Etapa (terça-feira – 30/07): Penedono – Bragança (164,5 quilómetros)
Após o dia de descanso a caravana da ‘Grandíssima’ irá ter uma etapa que tanto poderá terminar ao sprint, como poderá ser uma fuga a triunfar na Rua Professor Doutor António Gonçalves Rodrigues, em Bragança. O traçado da jornada será bastante rendilhado logo desde a parte inicial, com a passagem pela 4.ª Categoria de Mêda, no entanto após isso seguir-se-á um segmento plano que irá anteceder o grande aperitivo do dia: a Serra de Bornes. A Serra de Bornes será uma 2.ª Categoria (12,1 quilómetros a 4,6% de pendente média) que poderá causar algum fracionamento no pelotão, no entanto ainda se encontra no miolo da etapa e pode não ser tão decisiva. Até ao final o terreno terá alguns topos, e uma 4.ª Categoria no Cabeço de Santa Engrácia. O dia terá 3 Metas Volantes em Mêda, em Macedo de Cavaleiros e em Bragança.
6.ª Etapa (quarta-feira – 31/07): Bragança – Boticas (169,1 quilómetros)
A sexta etapa em linha apresenta mais uma etapa bem rendilhada e onde o sobe e desce será constante, com subidas para todos os gostos e feitios e que poderá ser umas das etapas propícias à chegada de uma fuga. A etapa começa logo com a 3.ª Categoria da Serra da Nogueira a abrir, sendo que a partir daí a etapa entra numa descida, até que voltará a subir ligeiramente, com a passagem pelas 3.ªs Categorias de Argemil e da Serra de Padrela. Após transpostos esses 2 Prémios da Montanha seguir-se-á mais uma descida que irá levar os ciclistas a uns cerca de 35 quilómetros bem exigentes, com a 3.ª Categoria de Pinho a abrir o apetite para a grande subida do dia: a 1.ª Categoria de Torneiros. Esse Prémio de Montanha terá sensivelmente 5 quilómetros a 8,4% e promete ser o fator decisivo da jornada, sendo que após ser coroado faltarão 17 quilómetros para a meta, terminando a etapa a descer. A tirada vai contar, ainda, com 3 Metas Volantes em Valpaços, em Vidago e em Boticas.
7.ª Etapa (quinta-feira – 01/08): Felgueiras – Paredes (160,4 quilómetros)
A entrada em agosto dá-se ao oitavo dia de competição, com uma etapa que tem tudo para surpreender, já que no papel seria uma etapa para acabar ao sprint, porém a subida de Vandoma deverá provocar alguns cortes que não serão fáceis de fechar e pode meter em perigo uma chegada em sprint compacto. A jornada será relativamente tranquila até cerca de 40 quilómetros do final, sendo que antes desse trecho final os ciclistas só irão enfrentar um Prémio de Montanha de 3.ª Categoria em São Sebastião de Penha Longa. Os últimos 40 quilómetros mudam de figura, já que as hostilidades irão começar na 4.ª Categoria de Gandra e terão o clímax na 2.ª Categoria de Vandoma, que terá cerca de 2,5 quilómetros a 9% de pendente média e que servirá para partir a corrida por completo, levando a que a maioria dos sprinters possam ficar para trás, o que a faltar menos de 30 quilómetros para o final pode sentenciar o destino de alguns deles. Segue-se uma ligeira descida até à primeira passagem pela meta e antes de voltarem a passar pela meta ainda irão efetuar uma 4.ª Categoria, em Baltar. A jornada vai contar com 3 Metas Volantes no Marco de Canaveses, em Lordelo e em Cête.
8.ª Etapa (sexta-feira – 02/08): Viana do Castelo – Fafe (182,4 quilómetros)
A jornada mais longa da Volta a Portugal aparecerá na oitava etapa em linha do certame. A etapa começará tranquilamente, com alguns quilómetros planos, sendo outra etapa onde a fuga poderá vingar. As dificuldades montanhosas irão aparecer no miolo, com 2 3.ªs Categorias em Extremo e na Portela do Vade, seguidas de mais terreno plano. À entrada dos últimos 50 quilómetros o figurino muda e a etapa entra numa fase com alguns topos, abrindo com a 4.ª Categoria de Geraz do Minho. As decisões da etapa deverão estar guardadas para a 4.ª Categoria de Golães onde podem aparecer alguns ataques antes da meta, meta essa que será efetuada em ligeira subida. A tirada terá, ainda, 3 Metas Volantes em Valença, em Ponte da Barca e na Póvoa de Lanhoso.
9.ª Etapa (sábado – 03/08): Maia – Mondim de Basto (Senhora da Graça) (170,8 quilómetros)
A mítica chegada à Senhora da Graça voltará a ser a última etapa em linha e promete um bom espetáculo. Este ano a tirada irá começar na Maia e a etapa será bastante exigente desde logo o início, porém os Prémios de Montanha só irão aparecer na segunda metade da jornada. Os Prémios de Montanha são bem conhecidos, já que são os que usualmente figuram nesta etapa, abrindo com a 1.ª Categoria da Serra do Marão, passando pela 4.ª Categoria do Velão e terminando este encadeamento com a 1.ª Categoria do Barreiro. O Barreiro deverá ser palco da primeira grande seleção no grupo dos favoritos, não sendo de descartar possíveis ataques de homens com pretensões à geral da prova. Segue-se uma longa descida até à entrada em Mondim de Basto, onde os ciclistas irão começar a subir em direção ao topo da Senhora da Graça, com 8,4 quilómetros a uma pendente média de 7,5% e que será o palco para as últimas diferenças antes do contrarrelógio que finalizará a Volta a Portugal.
10.ª Etapa (domingo – 04/08): Viseu – Viseu (26,6 quilómetros – Contrarrelógio Individual)
E para finalizar a 85.ª edição da Volta a Portugal Continente teremos o contrarrelógio que desta feita será efetuado em Viseu. A extensão do mesmo é maior do que em anos anteriores e o esforço individual irá contar com algum sobe e desce, que promete baralhar um pouco as contas finais do dia. A parte inicial será algo técnica, com algumas rotundas à mistura. Atendendo ao facto de a distância ser maior que o normal o ‘crono’ poderá produzir ainda mais diferenças do que o habitual e mexer com a classificação geral no último dia do certame.
Não percam, mais logo, a segunda parte deste guia que será dedicado à análise das equipas estrangeiras: já disponível AQUI!