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Volta à Flandres: Antevisão de Tadej Pogacar, Mathieu Van Der Poel e Mads Pedersen

Chegou a Volta à Flandres! Neste domingo, 6 de abril, os ciclistas enfrentam uma das mais prestigiadas clássicas do ciclismo mundial, ao ponto de ser considerada um Monumento do ciclismo. No ano passado, Mathieu Van Der Poel venceu com um avanço considerável, mas este ano enfrenta a fortíssima concorrência de Tadej Pogacar. Mas para além desta dupla, existem outsiders, com Mads Pedersen à cabeça, que prometem tornar a corrida ainda mais dura e surpreendente. Ademais, os adeptos portugueses aguardam com expetativa para ver a prestação de António Morgado, depois de um histórico 5.º lugar.

A Portuguese Cycling Magazine vai acompanhar a Volta à Flandres, não só com o rescaldo no final, mas também com a cobertura ao longo do dia no terreno! Como ‘aperitivo’, apresentamos as declarações de Pogacar, Van Der Poel e Pedersen na antevisão da corrida.

Tadej Pogacar. Foto: Ronde Van Vlaanderen

Tadej Pogacar

Vingança’ face a Mathieu Van Der Poel: “Não sei porque procuraria vingança quando ninguém me fez nada de mal. Em Sanremo, ganhou-me bem. A Volta à Flandres é um pouco mais cansativa e vai ser mais difícil ao longo do dia. Mas é o seu terreno favorito, por isso, mais uma vez, será muito difícil vencê-lo. Mas estou aqui para correr pela vitória.”

Duelo na Volta à Flandres: “Ele sprinta melhor e consegue ir melhor no pavé e nas partes técnicas. Talvez eu consiga ser melhor ao fim de seis horas, mas ele está em grande forma, portanto não dou isso por garantido. Vou tentar abrir uma pequena vantagem em algum momento da corrida e usar isso. Há tantas oportunidades que só preciso de agarrar uma e esperar pelo melhor.”

Melhorias face à Milano-Sanremo: “Aqui chega-se mais cansado às subidas. Posso usar isso a meu favor, mas, como disse, vai ser muito difícil com a forma como ele está. É também um bom sprinter, um dos melhores na minha opinião. Por isso tentarei não ir para o sprint com ele. Só preciso de uma corrida difícil, e talvez ele esteja cansado no final, mas eu também estarei.”

Vários candidatos: “Não há só o Mathieu, muitas outras equipas querem também vencer aqui. Ninguém vem aqui para ficar em segundo lugar. Certamente que haverá muitas táticas em jogo no domingo, muitos ataques e estratégias diferentes de equipas diferentes. Por isso, no final, tenho de ter cuidado com tudo.”

Wout Van Aert: “Todos os corredores sentem alguma pressão e um corredor como o Wout [Van Aert] tem de fazer grandes corridas e precisa de ter um bom desempenho. Ele corre pela vitória e ficar em segundo, especialmente num três para um, é uma porcaria. Mas o Wout vai recompor-se e chegar à próxima corrida sem pensar na Dwars door Vlaanderen; só vai pensar em fazer o seu melhor.”

Mathieu Van Der Poel. Foto: Ronde Van Vlaanderen

Mathieu Van Der Poel

Treino: “O percurso não tem segredos para mim, por isso, nesta perspetiva, não era mesmo necessário [reconhecê-lo]. Mas como fiquei na Bélgica entre a E3 e a Volta à Flandres, uma sessão de treino mais longa foi boa ideia. Foi a forma perfeita de adicionar um pouco mais de intensidade. Pedalámos a um ritmo sólido, não a todo o gás, mas ainda assim seguimos duros durante mais de quatro horas.”

Equipa: “Estamos preparados para o que quer que aconteça, bom ou mau. O segredo é manter a calma em todas as situações. Como sempre, os meus colegas de equipa farão de tudo para me colocar na melhor posição possível. Por isso, cabe-me a mim tentar ganhar a corrida, embora isso seja mais fácil dizer do que fazer.”

Vários candidatos: “Com base nos resultados recentes e na forma como as corridas se desenrolaram, o Tadej e eu estamos um pouco acima dos outros. Mas tenho sempre em conta vários ciclistas e equipa. Muita coisa pode acontecer e a dinâmica da corrida pode sempre surpreender. Subestimar os meus rivais nunca é uma opção.”

Duelo com Tadej Pogacar: “O Tadej é mais um trepador, consegue produzir números muito altos durante mais tempo. Por isso é que ele é tão bom no Oude Kwaremont, é uma das subidas mais longas da Flandres. Acelera antes que o pavé comece e o ritmo que ali estabelece já é demasiado elevado para a maioria dos ciclistas. Se ele estiver mais forte, como esteve no Tour de Flandres há dois anos, então é algo com que tenho de lidar.”

Mads Pedersen. Foto: Zac Williams/Lidl-Trek

Mads Pedersen

Aprendizagens das corridas de preparação: “Os dois principais favoritos para domingo não estiveram aqui nos outros dias e isso muda completamente a corrida. Portanto, a Volta à Flanders é uma corrida completamente diferente da Gent-Wevelgem e da Dwars. Vou dar o meu melhor e depois veremos o resultado.”

Estratégia: “Não posso simplesmente esperar para ver o que eles vão fazer, porque se só tentar segui-los acontecerá como na E3 – o Mathieu ganhou-me de forma justa. Eu sei que eles são melhores trepadores do que eu, por isso se só tentar segui-los eles vão-me para trás nas subidas. Tenho de fazer alguma coisa.”

Equipa: “Precisamos de ser uma unidade para vencer estes ciclistas. E mostrámos no ano passado na Gent-Wevelgem que precisamos de trabalhar juntos e estar no topo da forma. Bo mano a mano nas subidas ficamos para atrás, mas se sobrevivermos a isso e chegarmos à frente como uma unidade, então podemos vencer a corrida como uma equipa.”

Duelo entre Pogacar e Van Der Poel: “Espero que ambos possamos [seguir o Pogacar]… Parece que o Mathieu [Van der Poel] deu mais um passo em relação ao ano passado, e o que vimos em Sanremo foi impressionante. Penso que ele pode seguir o Tadej.”

Mentalidade: “Tento manter a mesma mentalidade para cada corrida que faço – a abordagem à corrida também tento manter a mesma. Porque acho que se começar a pensar demasiado e a entrar muito nos pequenos detalhes nas corridas realmente grandes, pode ser demasiado. Por isso, vou entrar [em Flandres e Roubaix] como se fossem qualquer outra corrida.”