Categories Estrada Internacional

Mathieu Van Der Poel e António Morgado fazem história na Volta à Flandres!

Van Der Poel iguala o recorde da Volta à Flandres, com mais uma vitória monumental; Morgado faz 5º no seu primeiro monumento, um resultado histórico para Portugal.

Nesta tarde sagrada do ciclismo, há dois nomes que entusiasmaram os fãs de ciclismo em Portugal: mais do que o próprio vencedor da Volta à Flandres pela terceira vez, Mathieu Van Der Poel, destaca-se António Morgado! O ponto-chave da corrida foi o Koppenberg: por um lado, o ciclista neerlandês desferiu o ataque decisivo, por outro lado, o ciclista português começou a ganhar protagonismo na corrida, mostrando a sua força nos setores de pavê e consagrando esse estatuto no final.

A corrida partiu de Antuérpia e o início foi relativamente calmo, com uma fuga composta por Bert Van Lerberghe (Soudal Quick-Step), David Dekker (Arkéa – B&B Hotels), Stanislaw Aniolkowski (Cofidis), Damien Touzé (Decathlon AG2R La Mondiale), Luke Durbridge e Elmar Reinders (Jayco AlUla), Lionel Taminiaux (Lotto Dstny) e Jelle Vermoote (Bingoal WB). Os 8 homens foram sempre controlados pelo pelotão comandado pela Alpecin-Deceuninck.

A corrida abriu a cerca de 100 quilómetros para a meta, com o ataque de Mads Pedersen (Lidl-Trek) no Molenberg, e voltando a insistir mais tarde, escapou com Gianni Vermeesch (Alpecin-Deceuninck). O duo foi alcançado na segunda passagem pelo Oude Kwaremont, quando Mathieu Van Der Poel lançou o primeiro ataque, com resposta por uma dúzia de ciclistas.

Nesta fase, a chuva começou a cair de forma intensa, o que atraiçoou os setores seguintes para os ciclistas. Foram muitos os que tiveram de subir o Koppenberg a pé, enfrentando todo o tipo de problemas, enquanto Van Der Poel atacava mais uma vez. Desta vez, o ataque do campeão do mundo não teve resposta, nem mesmo de Matteo Jorgenson (Visma-Lease a Bike), que chegou a aproximar-se, mas acabou por ser alcançado no Taaienberg pelo grupo perseguidor.

A partir daí, Van Der Poel não parou de aumentar a vantagem, superando o minuto e aproximando-se dos dois. No Kruisberg, Alberto Bettiol (EF Education-Easy Post) e Dylan Teuns (Israel – Premier Tech) fizeram a seleção entre os perseguidores, mas apesar de uma forte colaboração, acabariam por ser alcançados à beira da meta pelo restante grupo, fechando Luca Mozzato (Arkéa – B&B Hotels) no 2º lugar e Nils Politt (UAE Team Emirates) no 3º.

António Morgado faz história por Portugal

Para descrever a corrida de António Morgado (UAE Team Emirates), faltam palavras! Desde que começou a ganhar posições no grupo, à segunda passagem no Oude Kwaremont, foi sempre de menos a mais e, no decisivo Koppenberg, já estava entre os 25 melhores.

Na terceira e última passagem pelo Oude Kwaremont, conseguiu entrar na movimentação decisiva, sendo dos mais fortes no Paterberg. Em colaboração com três colegas de equipa e mais ciclistas, ainda conseguiu chegar aos perseguidores diretos de Van Der Poel e, no sprint final, acabou em 5º após a desqualificação de Michael Matthews (Jayco AlUla).

No primeiro monumento da sua jovem carreira, o ciclista português termina no top 5 da Volta à Flandres, subindo muito a fasquia do melhor resultado de sempre de um português nesta corrida – 18º lugar de Nelson Oliveira – e confirmando todo o seu enorme potencial para se tornar num dos melhores ciclistas do mundo. Parabéns, António Morgado!