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PCM Entrevista: Rui Costa na Figueira Champions Classic

A nova equipa e o bom início de temporada de Rui Costa

É certo que as coisas nas últimas semanas têm saído sorridentes para o meu lado: em duas competições três vitórias. Poder rematar no último dia da Volta à Comunidade Valenciana com a vitória de etapa e a geral foi inesperado. Estava bem fisicamente, estava com os melhores, mas daí a ganhar, foi surpreendente.

Rui Costa

Duas em três. Esta é a conta que Rui Costa fez neste início de temporada para dar um par de alegrias aos fãs portugueses. Naturalmente, o ciclista mostra-se satisfeito com o trabalho desenvolvido até este ponto, mas que trabalho foi esse? E o que teve a mudança para a Intermarché – Circus – Wanty a ver com isso?

Muita coisa se alterou, na preparação da temporada. Nos últimos anos, o meu início de temporada passava mais pela Arábia Saudita, o Omã e os Emirados Árabes Unidos e este ano, voltar a começar na Europa está a ser mais vantajoso para mim, porque às vezes muitas viagens para longe não te deixam nas melhores condições. E acho que toda a preparação que fiz este ano, junto com a Intermarché – Circus – Wanty, foi extraordinária. A meteorologia esteve sempre favorável, o que é fundamental para não saltar um ciclo de trabalho, porque às vezes começam-se temporadas em casa com dias de chuva, não se consegue treinar com a melhor qualidade, e depois tem de se correr atrás do prejuízo. Assim, para as coisas sairem bem, é preciso ser tudo favorável.

Rui Costa

Assim, a principal diferença para temporadas anteriores atribui-se à sorte que determina as condições de preparação e também ao calendário escolhido por Rui Costa com a Intermarché – Circus – Wanty. A par do ciclista português, a equipa belga tem tido um início de temporada muito positivo, sendo a atual líder do Ranking UCI para Equipas. Como se explica esta situação?

A Intermarché – Circus – Wanty é uma equipa que corre com outro tipo de pressão, quando vai competir não tem a pressão que tem uma UAE Team Emirates, uma Jumbo-Visma, uma Ineos Grenadiers. O profissionalismo e a vontade de querer estar na frente é igual ao das outras equipas, mas não tendo essa pressão, as coisas acabam muitas vezes por correr bem. Neste início de temporada, a equipa partiu muito bem, trabalhou arduamente para preparar as corridas e para já as coisas estão a ser positivas.

Rui Costa

Depois da Figueria Champions Classic, Rui Costa marcará presença na Volta ao Algarve. Seguem-se provas em França e Itália, já com os olhos postos nas ‘clássicas das Ardenas’, onde o ciclista português alcançou múltiplos resultados positivos ao longo da carreira.

Para mim, [as clássicas das Ardenas] sempre foram corridas com muita referência no meu percurso profisisonal e que eu gosto de fazer. Obviamente é preciso conhecê-las bem, cada curva, cada quilómetro. Mas uma coisa é eu falar agora que isso é um objetivo e quero estar bem, outra é as coisas acontecerem de forma favorável até chegar a essas clássicas, porque são corridas de apenas um dia, é preciso estar muito bem. Por isso, eu acho que o meu percurso de preparação destas provas é adequado e espero encontar-me bem não só nas clássicas das Ardenas, que são objetivos para mim e para a equipa, mas também em todo o mês de abril, pleno de provas, com o País Basco, as Ardenas e a Romandia.

Rui Costa

Rui Costa vence a Volta à Comunidade Valenciana, 2023.
Foto: Onda Vasca

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