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Figueira Champions Classic: Uma novidade no primeiro embate entre o pelotão nacional e as equipas internacionais!

Cartaz da prova.
Fonte: Clube Desportivo FullRacing (Organizador da prova)

Ultimam-se os preparativos para a corrida que está a gerar mais expectativa entre os aficionados portugueses de ciclismo: a Figueira Champions Classic. Quer pela sua posição no calendário (antecede em três dia o início da Volta ao Algarve), quer pela categoria UCI em que está inserida – a categoria 1.1 (a terceira na pirâmide da UCI), que faz com que esta seja a primeira vez na história que é organizada uma clássica deste nível no nosso país – a perspetiva de voltarmos a ter as maiores estrelas do ciclismo mundial em território nacional tornou-se realidade. Adicionalmente, o percurso escolhido para a corrida também desperta curiosidade, ao aproveitar o relevo que rodeia a cidade-natal de duas das maiores figuras do ciclismo nacional: José Bento Pessoa e Alves Barbosa.

Figueira Champions Classic: Tudo o que precisas de saber sobre a prova!

A primeira prova internacional da temporada em Portugal tem, à hora da escrita do artigo, pré-inscritos 126 ciclistas distribuídos por 18 equipas. Estarão presentes 6 equipas WorldTeams (Alpecin – Deceuninck, EF Education – EasyPost, Intermarché – Circus – Wanty, Soudal – Quick Step, Team DSM e Trek – Segafredo), 3 equipas ProTeams (Caja Rural – Seguros RGA, Euskaltel – Euskadi e Q36.5 Pro Cycling Team) e as 9 equipas Continentais portuguesas (ABTF Betão – Feirense, AP Hotels & Resorts / Tavira / SC Farense, Aviludo – Louletano – Loulé Concelho, Credibom / L.A. Alumínios / Marcos Car, Efapel Cycling, Glassdrive / Q8 / Glassdrive, Kelly / Simoldes / UDO, Radio Popular / Paredes / Boavista e Tavfer – Ovos Matinados – Mortágua).

As equipas presentes na prova.
Fonte: Clube Desportivo FullRacing (Organizador da prova)

O percurso não desilude e conseguirá conciliar todos os diferentes aspetos que considerados para uma corrida deste calibre. Por um lado, não contém excessiva dureza numa fase da temporada onde as pernas dos ciclistas ainda estão a começar a aquecer, por outro lado, não será um passeio na praia até ao sprint final. Tendo em conta que a prova contará com transmissão televisiva assegurada pela Eurosport, a organização juntou à vertente competitiva as belas paisagens da região, na melhor forma de vender o seu produto no mercado internacional. 

Os primeiros 100 kms de prova não serão muito exigentes, e vão levar o pelotão a conhecer algumas povoações localizadas nas margens, sul e norte, do estuário do rio Mondego. O regresso à cidade da Figueira da Foz conduz os bravos do pelotão à primeira passagem pela linha de chegada, e é a partir daqui que o cenário muda de figura.

Com aproximadamente 80 kms para percorrer nesta fase, a corrida entra no circuito final que terá de ser percorrido por três vezes, e inclui uma ida até Quiaios. É aqui que encontramos as duas principais dificuldades do dia, e aquelas que muito provavelmente irão sentenciar o desfecho final da prova. A primeira delas, e talvez a mais dura das duas ascensões, surge cerca de 7 km após a passagem pela meta, a subida do Parque Florestal. Serão 2.8 kms a 7.1% de inclinação média, com passagens que chegam a 21.5% de inclinação máxima. Não fosse a fase intermédia onde estas percentagens suavizam consideravelmente durante alguns metros, e estaríamos na presença de um autêntico “Adamastor”.

Aliado à extrema dureza da subida, uma boa parte dos 2.8 kms são feitos em estradas bastante estreitas, tornando essencial a boa colocação dos ciclistas com intenções de lutar pela vitória. Adivinha-se, portanto, uma luta constante entre os blocos das equipas mais fortes nos metros que antecedem a entrada neste primeiro obstáculo.

Perfil da subida do Parque Florestal.
Fonte: VeloViewer

Seguem-se aproximadamente 4 kms de planalto, onde os ciclistas irão sentir aquela que poderá ser uma dificuldade acrescida, o vento, que nesta fase irá soprar frontalmente em relação à direção da corrida. As previsões para o próximo domingo apontam para ventos na ordem dos 20/25 km/h, um fator a ser tido em conta por quem pretender mexer com a corrida.

Após esta fase de transição, inicia-se uma descida algo técnica, mas rápida, com cerca de 6 kms, que culmina no início da segunda dificuldade do circuito: a famosa subida de Enforca Cães. Com uma primeira parte já de si complicada, com sobe e desce com percentagens de inclinação que chegam a atingir os dois dígitos, são os últimos 1000 metros que realmente farão toda a diferença. Com uma inclinação média de 6.9%, e percentagens máximas de 19.4%, é aqui que os interessados terão a última oportunidade para tentar mexer com a corrida. Mas mais uma vez, terão vento frontal nesta fase, com rajadas que podem atingir os 30 km/h.

Perfil da subida do Enforca Cães.
Fonte: VeloViewer

A partir daqui a viagem até à linha de meta faz-se a alta velocidade, com a descida até à estrada marginal da Figueira Foz, onde se irão percorrer os últimos 4 km do circuito.

Os favoritos

Com um percurso tão ondulado não é crível que os melhores sprinters presentes na prova consigam levar de vencida a corrida, visto que será muito complicado que consigam ultrapassar por 3 vezes a subida do Parque Florestal e ainda mais 3 vezes a subida do Enforca Cães, por isso nomes como Fabio Jakobsen (Soudal – Quick Step) ou Casper van Uden (Team DSM) serão 2 cartas que poderão estar fora do baralho, no entanto tudo dependerá do ritmo imposto pelo pelotão e da gestão da corrida. O percurso adequa-se mais a nomes como: Kasper Asgreen e Rémi Cavagna (Soudal – Quick Step), John Degenkolb e Oscar Onley (Team DSM), Magnus Cort (EF Education – Easypost), Quinten Hermans e Kristian Sbaragli (Alpecin – Deceuninck), Rui Costa e Kobe Goossens (Intermarché – Circus – Wanty) e ainda Jon Aberasturi, Tony Gallopin, Natnael Tesfatsion e Edward Theuns (Trek – Segafredo). A dinâmica da corrida poderá proporcionar algumas surpresas, no entanto espera-se que chegue um grupo restrito ao sprint e que nomes como Cort, Sbaragli, Degenkolb, Aberasturi, Tesfatsion ou Theuns consigam levar a melhor sobre a concorrência, visto que passam bem as dificuldades e têm uma boa ponta final. No entanto, não é de se descurar um ataque na parte final da corrida com Asgreen, Cavagna, Costa e Goossens como alguns dos protagonistas principais a tentarem decidir a corrida mais longe do risco de meta.

Kobe Goossens e Rui Costa, dois dos nomes em maior evidência neste arranque de temporada.

Em relação às equipas portuguesas, será a primeira oportunidade de se medirem com as equipas estrangeiras antes da Volta ao Algarve, numa verdadeira prova de fogo da. Acredita-se que as equipas portuguesas quererão ser as equipas mais animadoras do dia e que tentarão estar presentes em todas as tentativas de fuga, mas também existem bons nomes para discutirem os lugares cimeiros da prova. Nomes como: António Carvalho (ABTF Betão – Feirense), Hugo Nunes (Radio Popular – Paredes – Boavista), Tiago Antunes e Rafael Silva (Efapel Cycling), Mauricio Moreira e Frederico Figueiredo (Glassdrive / Q8 / Anicolor), Luís Gomes (Kelly / Simoldes / UDO) e Delio Fernández (AP Hotels & Resorts / Tavira / SC Farense), poderão ser os ciclistas nacionais em maior evidência na prova de domingo.

As emoções irão, certamente, estar ao rubro nesta primeira prova internacional do ano, em Portugal. A Portuguese Cycling Magazine estará, no terreno, a acompanhar a partida, a chegada da prova e a viver as emoções todas da prova in loco. Estejam atentos ao nosso Instagram e Twitter no dia de amanhã e, principalmente no domingo, para um fim de semana recheado de conteúdo!

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