O uso de monitorizadores de glicose em corrida: a voz da experiência
Por terem de controlar constantemente os seus níveis de glicose, sob pena de entrarem num estado de hipoglicemia, os ciclistas da Team Novo Nordisk têm uma autorização excecional por parte da UCI para usarem monitorizadores de glicose. Nos últimos tempos, o uso destes dispositivos em situações de corrida tem feito correr muita tinta, inclusive com a desclassificação de Kristen Faulkner na edição deste ano da Strade Bianche. Muitos apelam para que a UCI expanda a autorização do uso destes monitorizadores ao resto do pelotão, mas a UCI parece não querer ceder. Falamos com Logan sobre este tema:
Penso que deve ser permitido, que os ciclistas devem poder ver qual é o seu nível de glicose, se quiserem. É o que acontece com qualquer novo desenvolvimento tecnológico, como foi o caso dos medidores de potência. Quantos comentadores queriam que essas coisas fossem abolidas, porque estavam a afetar o espetáculo? Especialmente nas edições da Volta à França de meados dos anos 2010s, quando se via os ciclistas a correr a ritmo, a olhar para os seus medidores de potência. E os comentadores diziam que tínhamos de acabar com estes dispositivos porque as corridas não eram emocionantes. No que diz respeito à glicose, é um novo tipo de dados que as pessoas vão analisar. É mais uma variável entre as centenas de variáveis que já estão a ser monitorizadas atualmente. Por isso, não creio que deva haver uma barreira entre os ciclistas que monitorizam a sua glicose e os que não. Quer dizer, para nós, temos sorte em conseguir a isenção, porque temos diabetes tipo 1, e assim temos acesso ao nível de glicose nos nossos GPS. Cada um de nós tem também uma autorização de utilização de insulina. Mas não acho que deva haver uma barreira para os outros ciclistas.