Primož Roglič

O ano de 2023 de Primož Roglič foi fantástico! O ciclista esloveno arrecadou um total de 15 vitórias em pouco mais de 60 dias de prova. A sua maior conquista foi, indubitalmente, o Giro d’Italia, conquistando-o no penúltimo dia de competição. Além da vitória na grande volta transalpina, Roglič foi ainda capaz de vencer outras provas por etapas (como foi o caso do Tirreno – Adriático, da Volta à Catalunha e da Volta a Burgos), assim como “picar o ponto” numa clássica italiana (o Giro dell’Emilia).
A temporada parecia correr às “mil maravilhas” para Primož Roglič. No entanto, o ex-campeão do mundo de juniores de ski jumping ainda tinha pela frente um enorme objetivo: sagrar-se tetracampeão da Vuelta.
Foram os acontecimentos que ocorreram durante a última grande volta da temporada que apressaram a saída de Roglič da Jumbo – Visma. O facto de ter de partilhar a liderança da equipa neerlandesa na Volta a Espanha com Jonas Vingegaard (após este ter vencido pela 2ª vez na carreira a Volta a França) lançou um pequeno alvoroço dentro da estrutura, mas, para piorar mais a situação, a subida à liderança na classificação geral por parte de Sepp Kuss bloqueou por completo as intenções do esloveno à vitória.
Pouco tempo após o término da Volta à Espanha, na qual o esloveno a concluiu na 3ª posição (atrás de Kuss e de Vingegaard), o rumor sobre a possível saída de Primož Roglič da Jumbo-Visma foi lançado e tornou-se real no início do mês de outubro com o anúncio por parte da equipa alemã da BORA – Hansgrohe sobre a sua contratação.
Aos 34 anos de idade e com a sua mudança para a equipa da BORA, Primož Roglič tem apenas mais um grande desafio na sua vitoriosa carreira: vencer o Tour de France!
O esloveno sabe que, em 2024, terá, em princípio, a sua última oportunidade para se mostrar competitivo nas 3 semanas da Grande Boucle. A equipa alemã não tem o mesmo arsenal da Jumbo-Visma, mas poderá apresentar um bloco forte e competitivo em redor de Primož Roglič.
Mais do que ter uma equipa menos boa do que a Jumbo ou, por exemplo, do que a UAE Team Emirates, Roglič deve-se preocupar é com os seus adversários diretos: Tadej Pogacar (bicampeão do Tour – em 2020 e 2021) e o seu ex-companheiro de equipa Jonas Vingegaard (bicampeão da Volta a França – em 2022 e 2023).
O facto de Tadej Pogacar vir a participar na próxima edição do Giro d’Italia poderá dar maiores esperanças a Primož Roglič e aos seus fãs. No entanto, para que possa vencer o Tour de France tem de estar ao seu mais alto nível e não ter os mesmos azares com o perseguiram durante o Tour de 2021 e de 2022.
Em jeito de conclusão, a adição de Primož Roglič à equipa da BORA – Hansgrohe poderá dar frutos pois o ciclista esloveno é altamente competitivo e ganhará, sem grandes problemas, algumas corridas ao serviço da estrutura alemã já em 2024. Relativamente ao maior objetivo da temporada, as dúvidas são maiores do que as certezas pois já não vemos um Roglič na disputa pela classificação geral da Volta a França desde 2020.