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PCM Entrevista: Hélder Gomes, mecânico da EF Education-EasyPost

A relação com os ciclistas

Tanto tempo na estrada é propício ao estreitar de relações entre as pessoas que compõe a caravana de uma equipa. São horas, dias, semanas e mesmo meses passados com o mesmo grupo de ciclistas e colegas de staff, com partilha de histórias, experiências, paixões e desânimos. No imaginário do comum adepto da modalidade, é também sinónimo de convívio e contacto próximo com os melhores ciclistas do mundo. Mas será mesmo assim?

A convivência é como todas as empresas ou trabalhos, damo-nos todos bem. Mas há sempre alguns com quem se tem mais afinidade do que os outros, que é normal, enquadras-te mais com uns do que com outros. Mas cada vez há menos contacto com os atletas. Contacto no bom sentido, não é? Porque cada vez há mais coisas para fazer, cada vez eles são mais ocupados, mais focados, e cada vez mais eles têm mais pressão. A exigência é cada vez maior, e a pressão aumenta também.

Mas há um certo núcleo de ciclistas com quem Hélder consegue estabelecer um contacto mais próximo, núcleo esse que tem feito história na equipa da EF Education-EasyPost:

Eu, por exemplo, normalmente dou-me muito bem, não sei se é por falar em espanhol, com os colombianos, por exemplo. Tenho muito boa relação com os colombianos. E também são mais abertos, são mais extrovertidos, são mais… São latinos, não é?

No entanto, Hélder é rápido a afirmar que se dá bem com todos os atletas, e que têm tanto de boas pessoas, como de bons ciclistas, mesmo aqueles que culturalmente são mais recatados:

Entrosamo-nos todos bem. Alguns são de leste, são do Norte, são nórdicos, são excelentes pessoas, só que são mais frios, são mais retraídos. Mas é uma questão cultural. Mas são todos boas pessoas.