Após um trabalho notável da Lidl-Trek ao longo da jornada, Mads Pedersen não vacilou e impôs-se em Tirana, vestindo a primeira maglia rosa da edição de 2025.
A 108.ª edição do Giro d’Italia começou com um momento histórico: pela primeira vez, a corsa rosa arrancou na Albânia. Três anos depois da última partida fora de portas – em 2022, na Hungria – a organização volta a apostar numa Grande Partenza internacional, desta vez do outro lado do mar Adriático.
A etapa inaugural da Volta à Itália apresentava aos ciclistas uma tirada de 160 quilómetros, ligando Durrës à capital albanesa, Tirana. Pela frente, os atletas teriam de ultrapassar três contagens de montanha (um prémio de 2ª categoria em Gracen e duas subidas a Surrel, de 3ª categoria) e três sprints intermédios, localizados em Papër, Elbasan e Sauk.

Logo após o “tiro de partida”, vários ciclistas tentaram assegurar um lugar na primeira fuga do Giro. Sylvain Moniquet (Cofidis), Taco van der Hoorn (Intermarché – Wanty), Alessandro Tonelli (Team Polti VisitMalta), Manuele Tarozzi (VF Group – Bardiani CSF – Faizanè) e Alessandro Verre (Arkéa – B&B Hotels) conseguiram abrir uma pequena vantagem, mantendo-se unidos até ao topo da subida de Gracen (13 km’s a 5,1%).
Até à subida de 2.ª categoria, Alessandro Tonelli e Manuele Tarozzi repartiram entre si os pontos disponíveis nos sprints intermédios de Papër e Elbasan.
Contudo, a disputa pelos pontos da maglia azzurra foi intensa. Alessandro Verre foi o primeiro a lançar o sprint, mas acabou superado por Sylvain Moniquet, que assim garantiu 18 preciosos pontos na luta pela classificação da montanha.
Depois da ascensão a Gracen, a fuga ficou fragmentada, com Taco van der Hoorn a perder o contacto com o grupo da frente e Alessandro Verre a seguir isolado durante alguns quilómetros. No entanto, os restantes fugitivos conseguiram reorganizar-se e voltaram a juntar-se pouco depois. Juntos, discutiram o sprint bonificado em Sauk – este ano designado de quilómetro Red Bull – onde Manuele Tarozzi bateu Alessandro Tonelli, conquistando seis segundos de bonificação antes da aproximação à primeira das duas passagens por Surrel.
Na primeira passagem em Surrel, os quatro fugitivos foram absorvidos pelo pelotão, que vinha a ser controlado pela Lidl-Trek com o objetivo de impor um ritmo elevado, de modo a afastar sprinters como Olav Kooij, Matteo Moschetti, Sam Bennett e Paul Magnier da vitória. Já na segunda e última incursão à subida, a formação capitaneada por Mads Pedersen acelerou com força, deixando em “maus lençóis” ciclistas importantes como Thymen Arensman, Derek Gee e Kaden Groves.
Em plena aproximação à meta, o pelotão foi abalado por uma queda que envolveu vários ciclistas, entre os quais Mikel Landa e Jay Vine. Apesar do susto, o australiano conseguiu retomar a prova, mas o espanhol da Soudal Quick-Step não teve a mesma sorte e foi forçado a abandonar a corrida.
Na preparação do sprint, Mathias Vacek foi fundamental para lançar Mads Pedersen rumo à vitória. Wout Van Aert ainda deu a sensação de poder ultrapassar o dinamarquês, mas não conseguiu fazê-lo.
Com este triunfo, o ex-campeão do mundo alcança a 5.ª vitória na temporada e partirá para o contrarrelógio individual de amanhã com a tão desejada camisola rosa.
No que diz respeito às demais classificações: Sylvain Moniquet é o primeiro líder da classificação da montanha; Mads Pedersen será o detentor da maglia ciclamino e Francesco Busatto envergará amanhã a camisola branca, símbolo da juventude.
Por fim, Afonso Eulálio – o único português a participar na Volta à Itália de 2025 – esteve ao serviço de Antonio Tiberi e finalizou a jornada no 108º lugar, a 8 minutos do vencedor.
Foto de capa: Giro d’Italia