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Antevisão do Campeonato do Mundo de Ciclocrosse 2023

Os favoritos: Júniores

Júnior Masculino

Léo Bisiaux no pódio dos Campeonatos da Europa de Ciclocrosse 2022, em Namur. (foto: Getty Images)

Esta será talvez a corrida mais aberta destes campeonatos do mundo, com uma mão cheia de ciclistas com aspirações legítimas de chegar à camisola tão desejada. Na pole position parte o francês Léo Bisiaux, recém-coroado vencedor da Taça do Mundo, e atual campeão europeu e nacional. Na Taça do Mundo, a única competição de regularidade onde podemos ver em ação ao mesmo tempo os melhores juniores da atualidade, Bisiaux arrecadou duas vitórias, um 2º e um 7º lugar (na prova de Besançon problemas mecânicos impediram-no de lutar pelos lugares cimeiros). A época do francês foi de tal maneira avassaladora que, das 17 provas em que participou, em apenas três não terminou no pódio (e por pódio entenda-se 1º ou 2º lugar). Contudo, a amostra de Bisiaux contra os seus mais diretos rivais cinge-se apenas a seis corridas no ano, já que não participou em provas dos Troféu X2O ou Superprestige.

Neste aspeto, os belgas Viktor Vandenberghe, Seppe Van Den Boer, Yordi Corsus e o neerlandês Gus Van den Eijnden optaram por uma planificação diferente, e todos eles contam com resultados de relevo no calendário belga e na Taça do Mundo.

Vandenberghe, que ainda há três semanas se sagrou campeão belga júnior, tem sido um dos mais regulares do escalão, com 15 presenças em pódios (quatro delas no lugar mais alto) em 20 participações distribuídas por Taça do Mundo, Troféu X2O, Superprestige e Exact Cross. Quererá com certeza melhorar a 6º posição do pretérito ano, nos campeonatos do mundo de Fayetteville.

Para Van Den Boer a época não começou da melhor forma, mas tem dado bem conta de si nos últimos meses, como atesta a recente vitória na Taça do Mundo de Besançon, o 2º lugar na prova de Benidorm, e o bronze nos campeonatos nacionais, entre mais setes pódios (entre os quais quatro vitórias em provas míticas como o GP Sven Nys, Gavere ou o Superprestige Heusden-Zolder) que garantiu só nos meses de dezembro e janeiro.

Corsus é um dos que mais vitórias conquistou esta temporada (oito no total), incluindo a prova da Taça do Mundo de Benidorm e jornadas do Troféu X20 e Exact Cross. Além disso, a regularidade pela qual pautou toda a sua temporada valeu-lhe a 2º posição na geral da Taça do Mundo, apenas atrás de Bisiaux, e 11 pódios em 17 corridas onde participou.

Por último, mas não menos impressionante, é a época de Van den Eijnden. O neerlandês estará certamente motivado para conquistar o arco-íris no seu país natal, e chega a Hoogerheide bastante rodado, pois foi dos júniores que mais provas correu este ano, 21. E para se ter uma noção da valia de Van den Eijnden, terminou todas elas no top-10, incluindo 15 pódios e seis vitórias, uma delas na Taça do Mundo de Maasmechelen.

Outros nomes a ter em conta para discutir as medalhas é o de Andrew (AJ) August ou o de Vaclav Jezek.

Júnior Feminino

Lauren Molengraaf triunfante nos Campeonatos da Europa desta temporada (fonte: Getty Images)

O domínio neerlandês nas mulheres começa aqui, no escalão Júnior. Haverá alguém capaz de destronar Lauren Molengraaf? Ela que tem arrasado por completo a concorrência durante esta temporada, com sete triunfos em tantas outras participações no escalão, e consequentes vitórias nos Campeonatos da Europa, na classificação geral da Taça do Mundo e no campeonato nacional neerlandês. Além disso, Molengraaf já correu esta temporada entre a Elite, conseguindo inclusive vários top-10 em corridas de topo. Não será tarefa nada fácil retirar o sonho do arco-íris a Molengraaf, ela que já lá andou perto, no ano passado (3ª em Fayetteville 2022).

Mas há duas canadianas que reclamam para si essa responsabilidade: as gémeas Holmgren, Ava e Isabella. Curiosamente, Ava é a líder do ranking Júnior Feminino da UCI, e este ano conta já com vitórias nos Campeonatos Nacionais do Canadá na categoria Elite, é a atual campeã pan-americana de Elite, e venceu, na semana passada, a prova da Taça do Mundo de Besançon na categoria Júnior, aproveitando a ausência de Molengraaf, que já nem precisou desses pontos. Soma ainda vitórias no calendário norte-americano, e conta com pódios em provas da Taça do Mundo, do calendário belga, e participações em corridas do escalão Elite.

A folha de resultados da irmã Isabella é semelhante, com pódios em provas da Taça do Mundo (e consequente 3º lugar à geral), vitória no Campeonato Nacional do escalão Júnior, um par de vitórias e vários pódios em provas na Bélgica e EUA. Tal como a irmã, também já correu no escalão Elite, conquistando até uma vitória numa prova C2 no seu país.