O circuito de Hoogerheide: uma prenda do pai Adrie para o filho Mathieu?

O circuito de Hoogerheide é já um clássico no calendário de ciclocrosse internacional, tendo sido placo de provas da Taça do Mundo desde a temporada 2002/2003, sendo, tradicionalmente, a última corrida no calendário da competição. Mas a origem desta corrida remonta ao ano 2000, precisamente o ano da despedida de Adrie Van der Poel do mundo das corridas de bicicleta. Para homenagear a carreira do pai de Mathieu, foi organizada em Hoogerheide, vila natal da família Van der Poel, uma corrida de ciclocrosse. O sucesso foi imediato, e ainda no final desse ano nascia para o ciclocrosse de alta competição o GP Adrie Van der Poel, a pedido da UCI e da Federação Neerlandesa de Ciclismo.
Desde a sua génese, que Van der Poel sénior tem estado intimamente ligado à organização da prova, sendo ele um dos principais responsáveis pelo desenho do seu percurso. E para estes Campeonatos do Mundo o cenário não foi diferente.
Hoogerheide caracteriza-se por ser um circuito rápido, maioritariamente plano e técnico, com várias curvas ao longo dos seus 3 km de extensão e uma ligeira subida mais prolongada sensivelmente a meio do circuito. No entanto, também tem secções de longas retas onde a potência e a explosividade são cruciais. A ondulante e longa reta da meta é um dos marcos de Hoogerheide, assim como a famosa ponte logo à entrada da zona de campo, e aquele icónico final de volta, onde muitas vezes é feita a diferença: a inclinação até o planalto da zona residencial; o mergulho até à curva de 180° que conduz à típica escadaria do circuito de Hoogerheide, a “Stairway to Heaven”, e a consequente passagem na complicada zona off-camber que dá acesso à reta da meta.

Em relação aos anos anteriores, o circuito sofreu ligeiras alterações, mais precisamente na zona da floresta, devido às chuvas dos últimos meses que deixaram o solo daquela zona lamacento. Para Adrie Van der Poel “é preferível que o ciclocrossistas tenham de correr quatro vezes durante 50 metros, do que uma vez durante 200 metros”. No entanto, as previsões parecem ditar um Campeonato do Mundo seco, pelo que a lama não será um elemento preponderante.