Numa edição marcada pelo tempo agreste, Tadej Pogačar explodiu com a concorrência na subida final ao Mur de Huy, vencendo pela 2ª vez na carreira a “clássica dos puncheurs“.
A 89.ª edição da Flèche Wallonne apresentava aos ciclistas um percurso acidentado de 205,2 km’s, ligando Ciney ao emblemático Mur de Huy. Pelo caminho, os atletas teriam de ultrapassar inúmeras colinas, com especial destaque para a tripla passagem pelo circuito composto pelo Côte d’Ereffe (2,1 km’s a 5%), pelo Côte de Cherave (1,3 km’s a 8.1%) e pelo Mur de Huy (1,3 km’s a 9.6%), que seriam determinantes para desvendar o vencedor final.
A corrida começou a ser movimentada desde muito cedo, com cinco ciclistas a integrarem a 1ª fuga do dia. Simon Guglielmi (Arkéa-B&B Hotels), Artem Shmidt (INEOS Grenadiers), Ceriel Desal (Wagner Bazin WB), Tom Paquot (Intermarché-Wanty) e Siebe Deweirdt (Flanders-Baloise) rolaram em conjunto por mais de 60 km’s!
Quando parecia estar tudo tranquilo, Tobias Foss (INEOS Grenadiers) atacou a partir do pelotão, tentando alcançar a frente da corrida. Contudo, o ex-campeão do mundo de contrarrelógio contou com a companhia de Robert Stannard (Bahrain – Victorious) e, juntos, conseguiram chegar aos cinco fugitivos.
Inspirados no espírito ofensivo de Tobias Foss e de Robert Stannard, Andreas Leknessund e Frederik Dversnes (Uno-X Mobility) lançaram-se também ao ataque e conseguiram alcançar uma fuga cada vez mais desgastada e condenada ao insucesso.
Com a entrada no circuito final, os ciclistas que formaram a 1ª fuga do dia foram descartados, ficando apenas na dianteira a “armada” norueguesa composta por Tobias Foss, Frederik Dversnes e Andreas Leknessund.
No pelotão, o ritmo imposto pela Soudal Quick-Step e pela UAE Team Emirates acabou por afastar da luta pela vitória dois antigos vencedores desta prestigiante corrida: Stephen Williams (campeão em 2024) e Dylan Teuns (vencedor da edição de 2022). Por outro lado, Mattias Skjelmose (Lidl – Trek), vencedor da Amstel Gold Race, esteve envolvido numa aparatosa queda que o forçou a abandonar a prova.
A fuga 100% norueguesa, que parecia condenada a 40 km’s do fim, apenas foi neutralizada na penúltima subida do dia – o Côte de Cherave – pela UAE Team Emirates, que impunha um ritmo avassalador antes da decisiva ascensão ao Mur de Huy.
Na subida final ao Mur de Huy, o primeiro a movimentar-se foi Ben Healy (EF Education EasyPost), mas teve resposta imediata de Tadej Pogačar (UAE Team Emirates). Dado o mote, o campeão do mundo não hesitou e desferiu aquele que viria a ser o ataque decisivo, garantindo a sua segunda vitória na Flèche Wallonne!
O pódio da 89.ª edição da Flèche Wallonne ficou completo com Kévin Vauquelin (Arkéa – B&B Hotels), que repetiu o 2º lugar obtido na temporada passada, e com Tom Pidcock (Q36.5 Pro Cycling Team).
No que diz respeito à participação portuguesa, Ruben Guerreiro e Nélson Oliveira (Movistar Team) terminaram a prova na 50ª e na 52ª posição, respetivamente.
Foto de capa: Getty Images
