Júnior Masculino
O tiro de partida para o último dia dos Campeonatos do Mundo de Ciclocrosse foi dado com a prova do escalão Júnior Masculino, que, no entanto, não começou da melhor forma, com uma queda coletiva na primeira metade do pelotão ainda na linha de partida que tirou da contenda alguns ciclocrossistas com legítimas aspirações ao um bom resultado, como o americano Andrew August.
Imune a todo este caos, eram os grandes favoritos ao dia de hoje que seguiam na frente à entrada para a zona do prado, liderados pelo neerlandês Senna Remijn. No entanto, Léo Bisiaux (França) cedo mostrou ao que vinha, e rendeu Remijn na liderança ainda na primeira metade da volta, antecipando o primeiro ataque do dia, na longa subida do percurso, que colocou toda a gente sob pressão.
Sem se deixar intimidar por Bisiaux, o belga Yordi Corsus ainda procurou distanciar-se dos colegas da cabeça de corrida, mas foi novamente absorvido metros depois pelo grupo, liderado por francês, na zona técnica da escadaria.
No início da segunda volta, e aproveitando a fase asfaltada da reta da meta para aplicar toda a potência que traz da vertente de estrada, Bisiaux voltou a aumentar o ritmo o que deixou o pelotão bastante fragilizado. O ritmo do campeão europeu era constante na dianteira da corrida, e a meio da segunda volta, somente Corsus, Remijn e Seppe Van Den Boer (Bélgica) conseguiam acompanhá-lo.
Pouco antes de entrar na terceira volta, Bixiaux decidiu definitivamente deixar para trás aqueles que ainda resistiam na sua roda, e aproveitando uma vantagem de dezenas de metros conseguida na zona da escadaria, voltou a atacar o asfalto da reta da meta. Foi o suficiente para aumentar a sua vantagem de poucos metros para meia dúzia de segundos.
Quem não estava disposto a baixar já os braços era Remijn, que, com as forças que ainda restavam, se lançou isolado na perseguição da cabeça da corrida. Em menos de meia-volta, conseguiu reduzir a diferença para Bisiaux para cerca de quatro segundos, a junção ao líder parecia quase certa. Mas Bisiaux voltou a aumentar a toada durante a quarta volta, o que provou ser demasiado para Remijn, que por esta altura cedia um pouco ao cansaço. Foi o tiro definitivo para Bisiaux seguir a solo para o título mundial.
Nas voltas finais, Remijn teve de se voltar a preocupar com o seu lugar no pódio, uma vez que a vantagem que detinha para os seus perseguidores ia caindo a um bom ritmo, muito por culpa de Corsus que tentava desenvencilhar-se dos colegas de grupo. Na derradeira volta, Corsus e Wies Nuyens (Bélgica), que entretanto se juntara na luta pelas medalhas, ainda morderam os calcanhares de Remijn, mas tiveram de lutar apenas pelo bronze.
Bisiaux completou assim o Grand Slam da temporada, juntando ao título europeu, nacional e à vitória na Taça do Mundo, o título mundial, ao cabo de 43:48 minutos. Remijn cruzaria a linha de meta 11 segundos depois, e no sprint pelo 3º lugar, foi Corsus a levar a melhor, a 17 segundos do vencedor.