Omloop Het Nieuwsblad
A força dos números. A maleabilidade de Wout van Aert, talvez a superestrela menos monopolizadora das corridas em que participa, permite à Visma | Lease a Bike utilizar a sua abundância de talento sem a preocupação absoluta de colocar o belga em posição para vencer. É por isso que a dinâmica do sexteto com Van Aert, os seus companheiros Christophe Laporte e Matteo Jorgenson, Arnaud de Lie, Thomas Pidcock e Toms Skujiņš, que parecia destinado a disputar a vitória, termina em ataques à vez dos três Visma | Lease a Bike e não no sacrifício de Laporte e Jorgenson para levarem o seu líder à vitória. O palmarés de van Aert vai ressentir-se disso, mas as corridas não, e as reviravoltas espetaculares nos últimos 20 quilómetros da Omloop Het Nieuwsblad são um bom exemplo. Van Aert não se impôs na corrida quando Jorgenson, que se tinha isolado num dos ataques à vez ainda antes das ascensões finais ao Kapelmuur e ao Bosberg, já estava condenado a ser alcançado e teve de ser Jan Tratnik – que nem passou o Muur no top 20! – a garantir a vitória para a equipa, com um ataque oportunista que beneficiou da companhia de Nils Politt e do condicionamento que os quatro (!!!) outros Visma | Lease a Bike fizeram às tentativas de reação.
Destaque também para o ritmo brutal de Iván García Cortina no Bosberg para anular os escapados e o momento em que, na passagem pelo Kapelmuur, o plano se alarga e vemos Tim Wellens e o pelotão prestes a alcançar o quinteto que perseguia Jorgenson – dois dos melhores pedaços de ciclismo de 2024.
