Categories Estrada Internacional

Ben O’Connor vence de forma magistral no Col da Loze

A etapa rainha desta edição do Tour de France prometia foguetes. Com o Col du Glandon – 21.7 km a 5.7% -, o Col de la Madeleine – 19.3 km a 7.8% -, e o Col de la Loze – 26.5 km a 6.4% -, onde famosamente o atual camisola amarela, Tadej Pogačar (UAE Team Emirates – XRG), disse adeus a qualquer hipótese de vitória na prova francesa em 2023, esperava-se uma etapa muito agitada e animada, tanto na fuga, como na luta pela geral, onde seriam esperados ataques de Jonas Vingegaard (Team Visma | Lease a Bike) de forma a reduzir a distância face a Pogačar e poder sonhar com o seu terceiro Tour, mas também luta pela classificação geral da montanha, onde Thymen Arensman (INEOS Grenadiers), à partida com 48 pontos no terceiro lugar, e especialmente Lenny Martinez (Bahrain – Victorious), que procuraria defender a sua camisola, seriam esperados nas movimentações da fuga original.

Após vários ataques e quase 50 quilómetros de corrida, e já dentro do Col du Glandon, a fuga do dia formou-se com alguns dos nomes esperados, mas com o 5º na geral, o esloveno Primoz Roglič (Red Bull – BORA – hansgrohe) a surpreender e aparecer na dianteira da corrida. A fuga foi sendo controlada pela equipa do líder da corrida, não deixando a distância entre o pelotão e os fugitivos exceder os 2 minutos, passando Lenny Martinez primeiro no topo do Col du Glandon, somando originalmente os 20 pontos do alto, sendo posteriormente retirado 8 pontos após ir agarrado ao seu carro de apoio durante parte da primeira subida.

Na descida entre o Col du Glandon e o Col da Madeleine, Martinez deixou-se recuar para o grupo dos favoritos, enquanto na frente Arensman e Matteo Jorgenson (Team Visma | Lease a Bike) isolavam-se face a um grupo que continha Roglič, Tim Wellens (UAE Team Emirates – XRG), o eventual vencedor da etapa, Ben O’Connor (Team Jayco AlUla), entre outros, entrando o duo da frente com cerca de 45 segundos de avanço sobre o grupo perseguidor com 3 minutos sobre o pelotão.

Na Col de Madeleine, a corrida pela geral aqueceu, e se inicialmente foi a equipa de Pogačar a controlar as distâncias, foi a Visma de Vingegaard que partiu a corrida a preparar o ataque do dinamarquês já 2 vezes vencedor da prova francesa. Primeiro com Wout van Aert, e já no final com Sepp Kuss, Vingegaard atacou, levando na roda o inevitável camisola amarela e a sensação, e camisola branca, Florian Lipowitz (Red Bull – BORA – hansgrohe), que eventualmente ficaria para trás, juntando-se ao grupo original da fuga, onde Jorgenson liderou durante o resto do Col de la Madeleine, acalmando os foguetes entre os 2 mais fortes da prova.

Durante a descida do Col de la Madeleine e o vale que se seguia, de 15 quilómetros, antes do teste final do dia, primeiro e segundo da geral deixaram-se alcançar por grupos onde vinham inseridos alguns membros da sua equipa, enquanto que Jorgenson, O’Connor e Einer Rubio (Movistar Team) se isolaram na frente, perseguidos por Lipowitz a 1 minuto, enquanto que o pelotão entrava a cerca de 3 minutos da frente. Na frente, Ben O’Connor seguiria isolado para a vitória, após se isolar de Rubio a 15 quilómetros do fim. No grupo do camisola amarela, as distâncias foram sendo controladas pelas equipas de Vingegaard e Pogačar, que apenas no último quilómetro mostraram um pouco do que tinham guardado, deixando toda a gente para trás, tirando o surpreendente Oscar Onley (Team Picnic PostNL), acabando com Pogačar a ganhar 9 segundos ao dinamarquês e 11 a Onley, deixando a geral praticamente arrumada, assumindo também a camisola de melhor trepador, agora sobre… Vingegaard.

Na geral, Pogačar mantém-se em primeiro, com 4:26 de avanço sobre Vingegaard, e no pódio a luta aquece com Lipowitz a 11:01 do esloveno, mas com Onley somente a 22 segundos de si, e o seu colega de equipa Roglic a 1:48.

Foto de capa: Getty