Na antecâmara da edição de 2025 do Critérium de Dauphiné, a Portuguese Cycling Magazine esteve na conferência de imprensa de Tadej Pogačar, que abordou a época atual, o seu treino e preparação, o Dauphiné e o Tour de France, não se esquecendo do Giro de Italia e de Isaac del Toro.
Abordado logo com a questão de ser o último vencedor do Tour de France, de carregar o peso da camisola do arco-íris e a espetacular época que já fez até agora, Pogačar diz-nos sobre o Critérium de Dauphiné: “Claro que quero ganhar, a concorrência é incrível, quase tão forte como no Tour de France, com algumas etapas duras, um contrarrelógio, mas tento lembrar-me que venho agora de um período de treino longo e que estou focado no Tour, e se não ganhar esta prova, tenho que deixar esta pressão não me afetar e desfrutar da corrida, (…) mas já vimos no passado que o Dauphiné não é um indicador de como um ciclista está no Tour de France. Vamos tentar arrancar amanhã da melhor maneira, esperar que tudo corra bem, ter os nossos melhores dias na montanha e contrarrelógio, e tentar correr sem pressão“.
“Infelizmente estou preso com o Tour todos os anos”
Este ano, o campeão do mundo preferiu por voltar a correr uma prova por etapas antes do Tour de France, algo que não acontecia desde 2022, onde correu a sua corrida de casa, a Volta à Eslovénia. Um calendário diferente do ano passado, onde correu – e venceu – o Giro de Italia de forma dominante, entrando depois num período de mais de um mês sem provas antes do Tour de France; e do ano de 2023, onde entre a semana das Ardenas e a prova francesa participou apenas nos seus campeonatos nacionais, o esloveno abordou estas mudanças no seu calendário: “Este ano estou a seguir o meu plano para 2023, onde caí e fraturei a mão, o que me impediu treinar tanto quanto gostaria, por isso é a primeira vez que estou a sair do período das clássicas e a entrar no treino para o Tour como quero”, aproveitando ainda para abordar questões de planeamento: “É verdade que não faço uma prova de uma semana desde o UAE Tour, pois é uma abordagem no calendário diferente do ano passado. Há uma razão para isso, porque quero correr sempre corridas diferentes e experimentar corridas diferentes, para não me aborrecer, senão não duro muito tempo no desporto. Gosto de mudar sempre alguma coisa no meu calendário de provas, só que infelizmente estou preso com o Tour todos os anos” disse entre risos.
“Vai ser divertido de ver na TV, e se estivermos com boas pernas, vai ser também divertido para nós”
Como seria de esperar, a sua rivalidade com Jonas Vingegaard não foi esquecida. Pela quinta vez seguida, projeta-se uma luta pela vitória na geral da “Grande Boucle” entre o atual campeão do mundo e o voltista dinamarquês, e Pogačar aproveitou para realçar o seu rival e o que espera dele nesta semana de competição, não esquecendo Remco Evenepoel: “Acho que o Jonas [Vingegaard] está em boa forma, do que me pareceu ver. Acho que irá estar a um super nível, e quero que assim esteja, pois ele teve uma primavera complicada, mas acho que vai estar super bem e estou entusiasmado para correr com ele e batalharmos um contra o outro. Mas não somos só nós dois e não me posso só focar e preocupar com o Jonas, mas com o restante pelotão também. Estou muito entusiasmado para correr contra o Jonas e o Remco [Evenepoel], e vamos ver como corre. Vai ser divertido de ver na TV, e se estivermos com boas pernas, vai ser também divertido para nós“.
“Acho que podemos estar orgulhosos com o que a equipa conseguiu, a equipa esteve fenomenal“
No rescaldo do Giro de Italia, a prova italiana e as táticas dúbias da equipa da UAE Team Emirates – XRG foram tema persistente da conferência de imprensa do esloveno, que elogiou a equipa e especialmente o seu colega de equipa, e amigo, Isaac del Toro: “Acho que podemos estar orgulhosos com o que a equipa conseguiu, a equipa esteve fenomenal (…). O Isaac surpreendeu toda a gente, ao aparecer tão forte e ser tão bom, quase conseguiu a vitória na geral, mas estive sempre a apoiar a equipa, até a treinar longas distâncias e ficar a ouvir a etapa durante as últimas duas horas no treino. Foi fantástico ver aqueles rapazes a correr daquela forma.“
Foto de capa: Dario Belingheri/Getty Images