Apesar das subidas não muito duras no Piornal foram, como diz a sabedoria popular, os corredores a fazer a dificuldade da corrida. E João Almeida e a sua UAE-Emirates foram os principais provocadores da dura etapa de hoje.
As primeiras notícias do dia infelizmente não eram as melhores, com uma queda grave que levou ao abandono do camisola da montanha Jay Vine e deixou Carlos Rodriguez seriamente marcado, e em dificuldades, para o resto da etapa. Posteriormente acabou por se formar a fuga do dia, que mais parecia um segundo pelotão, com mais de 40 ciclistas na frente, incluindo alguns clientes habituais como Richard Carapaz, Marc Soler, Elie Gesbert e ainda os portugueses Ivo Oliviera e Nelson Oliveira.
Mas o movimento do dia surgiu pouco depois, João Almeida e Brandon McNulty atacaram na subida de segunda categoria, quando o grupo da frente ia a oito minutos do pelotão, recuperando rapidamente dois minutos para a frente, e posteriormente com a ajuda de Ivo Oliveira, descaído da fuga que vale o seu compatriota até ao sopé da primeira passagem na subida do Piornal, com uma diferença de três minutos para a frente. No pelotão a equipa da Astana punha os seus nomes a tentar defender a posição de Miguel Angel Lopez.
Na frente os ataques entre os escapados colocaram na frente um sexteto com Carapaz, Pinot, Carthy, Higuita, Gesbert e Gesink, enquanto Almeida continuava a sua cavalgada, agora na companhia de Marc Soler. No pelotão a Movistar pegou conta das operações, reduzindo em muito o número de ciclistas entre os favoritos. No início da última subida consolidou-se um duo com Gesbert e Gesink na cabeça de corrida, com o grupo de João Almeida a cerca de 1 minuto e o pelotão praticamente à mesma distância desses homens intermédios.
A subida final era muito pouco inclinada, mas foi palco de uma sucessão de ataques e contra-ataques difíceis de descrever e enumerar na sua totalidade. Remco e Mas atacaram-se mutuamente, apanharam o grupo de Almeida, Ayuso, Lopez e Rodriguez (que sofreu todo o dia por conta da queda) ficaram para trás e reentraram.
Vários nomes foram tentando a sua sorte ao longo da subida, enquanto na frente Robert Gesink se isolava definitivamente e tentava resistir ao avanço dos grupos dos favoritos, apesar de ver a sua diferença reduzir-se cada vez mais.
Na entrada do último quilómetro foi Enric Mas a forçar o ritmo, sempre com Remco na sua roda, e o camisola vermelha conseguiu mesmo converter o dia em vitória, consolidando a sua liderança perante Enric Mas.