O primeiro teste de montanha da Vuelta não deixou créditos por mãos alheias, com a chuva como ingrediente principal os favoritos não se inibiram de se atacarem e Remco Evenepoel, Enric Mas e Juan Ayuso cavaram uma vantagem importante para os principais favoritos.
Uma fuga bem numerosa no início da etapa com dez nomes: Ruben Fernandez (Cofidis), Mark Padun (EF Education-EasyPost), Jan Bakelants (Intermarché-Wanty-Gobert), Nelson Oliveira (Movistar), Fausto Masnada (Quick-Step Alpha Vinyl), Kaden Groves (BikeExchange-Jayco), Marco Brenner (Team DSM), Dario Cataldo (Trek-Segafredo), Xandro Meurisse (Alpecin-Deceuninck) e Xabier Mikel Azparren (Euskaltel-Euskadi) que chegaram a gozar de uma vantagem de 5 minutos, controlada pela Groupama-FDJ do camisola vermelha Rudy Molard, com algumas aparições ocasionais da Deceunick Alpha Vynil com Remi Cavagna a acelerar a frente de corrida.
O ponto de ruptura da corrida acabou mesmo por ser a abordagem à subida da Collada de Brenes, e motivado pelo azar. Uma queda na frente do pelotão, com Karl Frederik Hagen a ser o principal prejudicado, acabou por provocar um corte que foi aproveitado pela Ineos Grenadiers para acelerar a corrida e colocar muitos favoritos em dificuldade, incluindo João Almeida, com a diferença a ser fechada apenas no início da subida. Na Collada de Brenes foi novamente a Quickstep que pegou na corrida, com Ilan Van Wilder e Julian Alaphilippe a imporem o ritmo na subida, enquanto na frente era Mark Padun que dizimava completamente os seus colegas de fuga, e começava a sonhar com a sua primeira vitória em grandes voltas, com uma vantagem que chegou a ultrapassar os dois minutos. Já muito próximo do topo da subida o camisola vermelha, Rudy Molard, viu o elástico partir-se e perdeu o contacto com o grupo principal.
Na descida Padun perdeu boa parte da vantagem, sendo muito cauteloso com o terreno molhado, enquanto era Julian Alaphilippe a exibir os seus dotes de descedor e de rolador para trazer o pelotão enfilado para a subida final, ficando completamente “a pé” no início da subida, e entregando o bastão a Fausto Masnada, fazendo antever um possível ataque de Remco Evenepoel.
Os primeiros a testar as forças foram os outsiders Davide Villela, Elie Gesbert e Jay Vine, enquanto na frente Mark Padun beneficiou da hesitação do pelotão e aumentou a sua vantagem. Entre os favoritos o primeiro a mexer foi Simon Yates, sucedendo-lhe Remco Evenepoel, sendo os responsáveis pela primeira seleção entre os favoritos, deixando para trás nomes João Almeida, mas também Carapaz, Ayuso, Miguel Angel Lopez ou Alejandro Valverde. O pequeno belga entrou em modo contrarrelógio e acelerou subida e apenas Enric Mas aguentou na sua roda, com Rogic, Sivakov e Yates a descolarem também, numa altura em que era mesmo Juan Ayuso quem montava a perseguição ao duo de favoritos, enquanto Jay Vine assumia a frente de corrida. Na ponta final o grupo de Roglic foi-se compondo cada vez mais, com a maioria dos favoritos na roda do dorsal 1, inclusive João Almeida que fazia mais uma exibição de trás para a frente.
Jay Vine acabou por vencer a etapa, a sua primeira em grandes voltas, com Remco a ser segundo, Mas terceiro e Ayuso quarto, com os restantes favoritos a perderem mais de um minuto para o duo belga-espanhol. Remco Evenepoel coroou o dia espectacular com a camisola vermelha no fim do dia.