Dia de decisões na Volta a Portugal e com o maior favorito a dizer presente. Mauricio Moreira venceu no Alto da Torre, numa etapa que apenas ficou decidida nos últimos 100 metros.
A etapa rainha viu a fuga mais longe da Volta até ao momento, composta por António Barbio (Tavfer-Mortágua-Ovos Matinados), Robin Carpenter (Human Powered Health), Rafael Lourenço (Atum General/Tavira/Maria Nova Hotel), Luís Gomes (Kelly/Simoldes/UDO), Asier Etxeberria (Euskaltel Euskadi), Alberto Gallego (Rádio Popular-Paredes-Boavista), Barry Miller (BAI-Sicasal-Petro de Luanda), Xavier Cañellas (Java Kiwi Atlántico) e Pelayo Sánchez (Burgos-BH), enquanto atrás o duo do costume da Glassdrive controlava a corrida, Afonso Eulálio e Fábio Costa. Na frente foram-se sucedendo as passagens pelas montanhas e metas volantes, com Barry Miller a ganhar a primeira montanha do dia e depois Cañallas “limpou” quase tudo o que restava excepto a meta volante da Covilhã, já em plena subida para a Torre que ficou para Antonio Barbio.
Sempre com o comando da Glassdrive, só Luís Gomes resistia na frente da corrida, quando o camisola amarela já tinha descolado, e foi um esticão de António Carvalho que fez mexer a corrida, seguido pelo primeiro ataque sério que veio de André Cardoso, um homem que já sabe o que é vencer na Torre.
Com a primeira seleção feita o ataque mais forte foi lançado por Frederico Figueiredo, aproveitando a superioridade da sua equipa, e de camisola aberta ao estilo dos trepadores clássicos, foi cavando vantagem. Formando-se posteriormente um grupo perseguidor com Mauricio Moreira e Luis Fernandes. A grande desilusão nesta fase da corrida era mesmo a equipa da Efapel que não conseguiu colocar nenhum homem nos primeiros grupos e a surpresa era o corredor da Caja-Rural Jokin Murguialday. A equipa do Atum General/Tavira/Maria Nova Hotel tentava comandar a perseguição por intermédio de Emanuel Duarte, levando os seus líderes Delio Fernandez e Alejandro Marque.
Na frente, com cerca de 14 km para o final, o grupo perseguidor de Maurício Moreira e Luis Fernandes juntava-se a Frederico Figueiredo, com este último sempre a comandar o grupo e com as diferenças a crescerem consideravelmente para os grupos perseguidores. Com o passar dos quilómetros a distância dos da frente foi aumentando e subiu a barreira do minuto e meio, até porque cabia apenas a Emanuel Duarte a missão de trazer o grupo perseguidor até os 4 km finais. E a 2 km do fim André Cardoso voltou a atacar, desta vez no grupo perseguidor, voltando a estar em posição intermédia na estrada, enquanto na frente aguardavam a viragem para a Torre e o último quilómetro da corrida para discutir a etapa, com Luís Fernandes sempre a tentar esconder-se do vento.
Com os homens da Glassdrive a comandar o grupo, a luta pela etapa parecia estar reservada para uma batalha ao sprint. Apesar de ter-se reservado ao máximo e tentar o ataque pela certa, Luis Fernandes não conseguiu bater o pé a Mauricio Moreira e o uruguaio conquistava a subida ao ponto mais alto de Portugal. Frederico Figueiredo completou o pódio da etapa.
Na classificação geral a camisola amarela manteve-se na equipa da Glassdrive, mas mudou de corpo de Rafael Reis para Mauricio Moreira, com o uruguaio a somar também a camisola da montanha. Jokin Murguialday assumiu a branca, com uma vantagem significativa para os adversários e Scott McGill conserva a verde dos pontos, com apenas 1 ponto de vantagem para Mauricio Moreira.