Estrada, Nacional

Volta a Portugal Continente: A análise das equipas estrangeiras

Volta a Portugal Continente: A análise das equipas estrangeiras

Na segunda parte do nosso guia de antevisão da Volta a Portugal, olhamos para as equipas estrangeiras que irão estar presentes na ‘Grandíssima’. A edição deste ano terá 9 equipas estrangeiras (1 alemã, 1 angolana, 1 austríaca, 4 espanholas, 1 neerlandesa e 1 neozelandesa), sendo que 4 delas são Pro Teams e as restantes 5 Continentais.

Se quiseres ficar a par das 9 equipas estrangeiras e que ciclistas farão parte do pelotão, não percas a segunda parte da nossa antevisão!

Análise das etapas: AQUI

Caja Rural – Seguros RGA

Equipa presente na prova: Daniel Babor, Tomáš Bárta, Calum Johnston, Joseba López, Yesid Pira, Jaume Guardeño e Gorka Sorarrain.

Uma das equipas habituais da nossa prova rainha traz uma equipa capaz de disputar várias etapas, no entanto não terão um líder declarado para o ataque à geral da prova. As rédeas da equipa nas etapas montanhosas estarão a cargo de Calum Johnston e Yesid Pira que já têm experiência da última edição da Volta a Portugal, sendo que o jovem estagiário Jaume Guardeño, que tem dado cartas a subir no pelotão amador espanhol, tem aqui o seu primeiro grande teste com os profissionais e pode ser um nome a ter em conta para a classificação da juventude. As chegadas ao sprint estarão a cargo dos ciclistas checos Daniel Babor e Tomáš Bárta, que têm uma boa ponta final. A equipa conta, ainda, com a incorporação de Gorka Sorarrain que obteve bons resultados em Portugal correndo pela BAI Sicasal Petro de Luanda e pode surpreender numa panóplia de etapas.

A nossa escolha para figura em destaque: Gorka Sorarrain, que tem tido uma ascensão meteórica no ciclismo e tem demonstrado as suas credenciais ao longo do ano, tendo na Volta a Portugal o seu objetivo pessoal da época e pode levar de vencida uma tirada.

Gorka Sorarrain.
Foto: Caja Rural – Seguros RGA

Equipo Kern Pharma

Equipa presente na prova: Jon Agirre, Ibon Ruiz, Mikel Retegi, Eugenio Sánchez, Iñigo Elosegui, Iván Cobo e Yanne Dorenbos.

A equipa de Navarra irá trazer à Volta um elenco talhado para as fugas e etapas de montanha, tentando estar bastante ativa no decurso da 84.ª edição da prova. Para as etapas com maiores dificuldades orográficas, o leme da equipa estará ao cargo de Ibon Ruiz (7.º na Volta ao Alentejo deste ano); Jon Agirre (algumas prestações interessantes a subir, tendo sido 10.º no Czech Tour que findou há pouco mais de 1 semana) e, ainda, Iñigo Elosegui. Já para as chegadas reservadas aos homens mais rápidos do pelotão, as esperanças estão depositadas no estagiário neerlandês, Yanne Dorenbos, dono de uma ponta final apreciável e que conta com algumas vitórias ao sprint no calendário amador espanhol, em 2022 e 2023. A estrutura espanhola tem a particularidade de ter nas suas fileiras o vencedor da Volta a Portugal de Juniores de 2018, o espanhol Iván Cobo.

A nossa escolha para figura em destaque: Jon Agirre, que poderá ser a surpresa no seio da equipa e fechar a ‘Grandíssima’ no top-10 final.

Jon Agirre.
Foto: Luís Ángel Gómez / Sprint Cycling Agency

Burgos – BH

Equipa presente na prova: Miguel Ángel Fernández, Clément Alleno, Sinuhé Fernández, Óscar Pelegrí, Mario Aparicio, Camilo Ardila e David Delgado.

Outra das equipas que são presença recorrente em Portugal e na Volta é a equipa da Burgos – BH. A formação de Burgos trará um bloco que poderá lutar por etapas mais complicadas a nível orográfico e também terá a sua palavra a dizer nas etapas mais focadas para os homens rápidos do pelotão. Nas etapas mais acidentadas salta à vista o nome de Camilo Ardila, vencedor do Giro Next Gen de 2019, um bom trepador que não tem tido os resultados que se perspetivavam, no entanto tem na Volta um bom palco para mostrar as suas habilidades. Sinuhé Fernández e David Delgado, nomes bem conhecidos do pelotão português (Fernández esteve muito interventivo no GP O JOGO e Delgado, que já foi estagiário na Radio Popular – Paredes – Boavista, o ano passado, levou de vencida uma tirada do GP Douro Internacional, em junho), enfrentarão a corrida como estagiários da equipa espanhola e também poderão ser 2 nomes a ter em conta neste tipo de etapas. Para as etapas mais planas da competição a equipa terá 3 armas à disposição: Miguel Ángel Fernández, Clément Alleno e Óscar Pelegrí, sendo que Fernández poderá ser a aposta principal entre os 3 nomes.

A nossa escolha para figura em destaque: Camilo Ardila, que não tem tido umas temporadas fáceis na Europa, no entanto terá aqui uma prova em que poderá demonstrar as credenciais, a subir, que mostrou outrora.

Camilo Ardila.
Foto: Revista Mundo Ciclistico

Euskaltel – Euskadi

Equipa presente na prova: Antonio Jesús Soto, Unai Iribar, Txomin Juaristi, Mikel Iturria, Unai Cuadrado, Luís Ángel Maté e Andoni López de Abetxuko.

Para fechar o capítulo de equipas espanholas que costumam fazer parte do pelotão da Grandíssima temos a equipa da Euskaltel – Euskadi. A equipa do País Vasco traz um bloco sólido para as etapas com maiores dificuldades, onde promoverá a estreia do veterano Luís Ángel Maté na Volta. Txomin Juaristi partirá como o líder para a geral, ele que fechou o top-10 da geral na pretérita edição, e terá em Mikel Iturria, Unai Cuadrado e Luís Ángel Maté os seus grandes alicerces de ajuda para a Grandíssima. Andoni López de Abetxuko será o sprinter de serviço e Antonio Jesús Soto promete aparecer em etapas de média montanha onde poderá ser uma das grandes ameaças a vitórias em etapa.

A nossa escolha para figura em destaque: Antonio Jesús Soto, que tem algumas etapas que se adequam às suas características e estará na luta para levar de vencida uma das tiradas da prova.

Antonio Jesús Soto.
Foto: Facebook do ciclista

Global 6 Cycling

Equipa presente na prova: Ivan Moreno, Tom Wirtgen, Gabriel Muller, Nicolas Sessler, Callum Ormiston, Tomoya Koyama e Evan Russell.

A primeira das equipas estreantes vem da longínqua Nova Zelândia e traz à Volta uma formação internacional, sendo que terá 7 ciclistas de diferentes nacionalidades, no entanto não terá nenhum neozelandês no seu elenco. O líder da equipa será Ivan Moreno, que já tem experiência de Volta a Portugal (37.º em 2021), sendo que Tom Wirtgen (também ele esteve presente na Volta de 2021) será a cartada principal no prólogo e no contrarrelógio, onde poderá terminar no top-10 de ambas as etapas. A equipa contará, ainda, com o brasileiro Nicolas Sessler no seu elenco.

A nossa escolha para figura em destaque: Nicolas Sessler, que será visto na frente da corrida em bastantes etapas, ou não fosse ele um homem de fugas nato. Vamos ouvir o seu nome várias vezes durante as emissões televisivas, certamente!

Nicolas Sessler.
Foto: Facebook da Global 6 Cycling

BIKE AID

Equipa presente na prova: Léo Bouvier, Wesley Mol, Adrian Zuger, Francis Juneau, Anton Schiffer, Jonas Beck e Jasper Levi Pahlke.

A BIKE AID regressa à Volta a Portugal, após terem competido pela última, e única, vez em 2017. A estrutura germânica terá uma equipa mais virada para a luta pelos sprints e será, certamente, uma equipa bastante ativa na procura de fugas. Léo Bouvier e Adrian Zuger serão os homens rápidos de serviço, sendo que Francis Juneau será o homem mais indicado para etapas com um perfil orográfico mais acidentado.

A nossa escolha para figura em destaque: Léo Bouvier, que estará na luta por vários top-10 em etapas, nas chegadas em pelotão compacto, maioritariamente.

Léo Bouvier, à direita na foto.
Foto: Stefan Brencher

Team Vorarlberg

Equipa presente na prova: Óscar Cabedo, Lukas Rüegg, Pirmin Benz, Jon Knolle, Lukas Meiler, Colin Stüssi e Moran Vermeulen.

Mais um regresso à Volta, desta feita por parte da estrutura austríaca da Vorarlberg, que tal como a BIKE AID, regressa a Portugal após ter participado no certame de 2017. A liderança será partilhada por Óscar Cabedo e Colin Stüssi que são 2 bons trepadores e poderão ser as armas da equipa para um potencial top-10 final. Pirmin Benz e Jon Knolle poderão ser as apostas para as etapas que terminem ao sprint e Lukas Rüegg e Lukas Meiler as cartas a serem jogadas no prólogo e no contrarrelógio.

A nossa escolha para figura em destaque: Óscar Cabedo, que tem tudo para mostrar que é um trepador a ter em conta para um possível top-10 final.

Óscar Cabedo.
Foto: Facebook do ciclista

Universe Cycling Team

Equipa presente na prova: Jacob Buijk, Jarri Stravers, Lars Quaedvlieg, Stefan Verhoeff, Kenny Nijssen, Luuk Schuurmans e Jip Steman.

A segunda estreia na Volta vem dos Países Baixos, sendo esta a temporada de estreia da Universe Cycling Team no terceiro escalão do ciclismo, ou seja, pela primeira vez são uma equipa Continental. Ao comando da equipa estará Lars Quaedvlieg, um ciclista multifacetado que sobe bem e também não anda mal nos prólogos. Stefan Verhoeff deverá ser o homem mais indicado para as chegadas ao sprint, sendo que Luuk Schuurmans poderá estar na frente em etapas mais acidentadas e também é uma das armas da equipa para o prólogo.

A nossa escolha para figura em destaque: Lars Quaedvlieg, que terá aqui a sua primeira grande oportunidade de mostrar a sua valia numa prova mais exigente como é a Volta a Portugal.

Lars Quaedvlieg, à direita na foto.
Foto: Facebook da Universe Cycling Team

BAI Sicasal Petro de Luanda

Equipa presente na prova: Francisco Campos, José Manuel Gutiérrez, Pablo García, Unai Esparza, Mikel Mujika, Daniel Paiva e Hosana Gonçalves.

A equipa angolana da BAI Sicasal Petro de Luanda parte para esta Volta a Portugal com outro tipo de ambições, principalmente nas chegadas ao sprint. É inegável a qualidade de Francisco Campos ao sprint, e ele será um dos favoritos em todas as etapas que acabem em pelotão compacto. A armada espanhola terá as suas hipóteses quando o terreno inclinar, com destaque para Mikel Mujika e Pablo García, sendo que a experiência de José Manuel Gutiérrez ajudará a equipa em todo o tipo de etapas.

A nossa escolha para figura em destaque: Francisco Campos, que poderá coroar a sua boa temporada a nível nacional com uma vitória na prova mais importante do calendário nacional.

Francisco Campos.
Foto: João Fonseca Photographer / UDO – União Desportiva do Oeste

Não percam, mais logo, a terceira, e última, parte deste guia que será dedicado à análise das equipas portuguesas (já disponível AQUI)!

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