Depois de um dia de pavé, o Tour começa fora de portas para os 220km entre Binche e Longwy.
A cidade de onde larga esta sexta etapa situa-se na Bélgica, próxima da fronteira francesa, e é reconhecida internacionalmente. O reconhecimento de Binche não se deve ao ciclismo, apesar de possuir provas importantes, como é comum por todo o território belga. É de destacar a Binche-Chimay-Binche, da categoria 1.1 e que se realiza em outubro. A prova é de um dia, com a segunda metade do percurso a ser feito num circuito e teve Danny Van Popel como vencedor da última edição. Apesar da importância do ciclismo belga, é o carnaval que eleva Binche internacionalmente. Esta festividade provém do século XIV e é classificada como uma Obra Prima do Património Oral e Imaterial da Humanidade pela UNESCO. As figuras centrais de todo o carnaval são os Gilles, pessoas trajadas com fatos vibrantes, máscaras de cera e sapatos em madeira, que têm por tradição atirar laranjas ao público.
Quem não deve querer ficar a apanhar laranjas são os homens com ambição para o duro final em Longwy. Este local também está listado como Património Mundial da UNESCO por conter uma das Fortificações de Vauban. Em 1914, em Longwy, François Faber, o primeiro ‘não-francês’ a vencer um Tour, viria a conquistar a etapa e dois dias depois a ganhar novamente, aquela que foi a sua última vitória. O ciclista luxemburguês faleceu meses depois na Primeira Guerra Mundial. Mais recentemente, em 2017, na sexta e última visita do Tour a Longwy, Peter Sagan venceu ao sprint com a camisola do arco-íris.
No Comment