Boom, Tomorrowland… podíamos escrever uma rubrica sobre festivais de música, mas o único festival de que se vai falar aqui é aquele que é dado sobre duas rodas no circuito do Superprestige de Boom, que se corre exatamente na mesma área do parque De Schorre onde é realizado um dos maiores festivais de música eletrónica do mundo, o Tomorrowland.
Um circuito percorrido maioritariamente sobre relva, com uma primeira parte feita por incursões sobre as colinas circundantes ao anfiteatro natural de De Schorre, e uma segunda metade plana, com passagens sobre pavê e alguma areia. Características que fazem da prova de Boom uma prova completa, difícil, que exige explosividade e boa condição física para enfrentar todas as subidas do traçado. Por isso mesmo, os inevitáveis Mathieu Van der Poel (Alpecin-Deceuninck) e Tom Pidcock (INEOS Grenadiers) teriam de ser considerados, à partida, os favoritos a erguer os braços no dia de hoje, mas Lars Van der Haar (Baloise Trek Lions), Michael Vanthourenhout e Eli Iserbyt (Pauwels Sauzen-Bingoal), apesar da incógnita que envolve a sua condição física, também seriam nomes a ter em conta.
E a corrida começou como se esperava, com Pidcock, Van der Haar, e Iserbyt a ocuparem imediatamente os lugares cimeiros do pelotão e Van der Poel a recuperar posições no grupo (fruto da sua posição no ranking UCI), que viria a encabeçar ao cabo de apenas três minutos de prova. No entanto, quando o domínio do duo Van de Poel-Pidcock parecia inevitável, fazendo antever um duelo espetacular pela vitória, uma queda, pouco após a primeira passagem pelo risco de meta, e numa curva em pavê manchada por alguma lama, deitou por terra as aspirações do neerlandês. Pidcock também foi ao chão, mas rapidamente retomou a prova.
A partir daqui, o campeão do mundo seguiu imperturbável na liderança da corrida, e apenas a batalha pelos restantes lugares do pódio entre Van der Haar, Vanthourenhout e Iserbyt aqueceu a tarde gélida de Boom. Batalha essa que apenas ficou decidida nos últimos metros da corrida, mais precisamente na secção de areia, quando um erro de Iserbyt no encaixe do pé no pedal permitiu a ultrapassagem de Van der Haar que viria a conquistar o 2º lugar, relegando o belga para a 3ª posição, a 10 e 13 segundos, respetivamente, de Pidcock, que cumpriu as nove voltas ao traçado em 59:42 minutos. Van der Poel, apesar do contratempo e de alguma aparente preocupação com o seu joelho, continuou em prova e viria a cruzar a meta em 13º lugar, a 3:03 minutos.
Na classificação geral do Troféu Superprestige, Van der Haar alcançou Laurens Sweeck (Crelan-Fristads) na primeira posição, ambos com 55 pontos, seguidos por Iserbyt, com 52 pontos.
Amanhã, pelas 13h, teremos a imperdível prova da Taça do Mundo de Antuérpia, que, pela primeira vez esta temporada, irá colocar frente-a-frente os Big 3 do ciclocrosse internacional, Van der Poel, Pidcock e Wout Van Aert!
Foto de capa: Belga