O enxame de abelhas da Jumbo-Visma não foi em meias medidas e voltou a controlar a corrida no último dia do Criterium du Dauphiné. Ao contrário do que é habitual em provas de uma semana, o último dia corrida foi extremamente previsível e em momento algum a corrida esteve indefinida devido à enorme densidade populacional das abelhas neerlandesas.
O desenrolar da corrida foi relativamente normal até à última subida, com uma fuga, de relativo valor, a conseguir chegar ao sopé da subida final com uma curta vantagem que rapidamente foi perdida nos primeiros metros da dura ascensão a Plateau de Solaison. E nessa fase o comboio da Jumbo-Visma já seguia bem oleado, numa fase em que o anterior líder, Wout Van Aert assumia o ritmo do pelotão. Ao entrar Benoot e Kruijswijk ao trabalho, o ritmo começou a ser muito sério e a provocar estragos a ciclistas que pareceram alérgicos às abelhas da Jumbo, ficando afastados do grupo da frente rapidamente. Entre os ciclistas distanciados destacam-se alguns bom colocados como Halland Johannesen, Gaudu, Caruso ou Geoghegan Hart.
Já com apenas com 6 ciclistas no grupo, Kruijswijk cedeu as despesas da corrida para Vingegaard que atacou e apenas o líder da corrida e seu colega, Primoz Roglic conseguiu seguir. Apenas Ben O’Connor mostrou alguma capacidade para esboçar uma resposta e nunca foi totalmente distanciado, apesar dos 15 segundos de perda. No final, Roglic cedeu a vitória ao seu colega, voltando a replicar a dobradinha que já vimos a Jumbo-Visma fazer algumas vezes na presente temporada.
Quanto a Ruben Guerreiro, volta a mostrar que é um dos ciclistas mais fiáveis da EF Education-EasyPost ao terminar em 5º na etapa, após uma subida em que soube gerir muito bem o seu ritmo, em contraposição a etapas em que a postura agressiva do ciclista português acaba por lhe custar preciosos segundos. Não foi dos que seguiu imediatamente o ritmo forte da Jumbo-Visma mas soube manter a compostura ao ponto de chegar junto a Esteban Chaves e ultrapassando ciclistas como Haig ou Caruso. Tanto Guerreiro como a Jumbo-Visma parecem estar prontos para o Tour de France e ultrapassado este Dauphiné podem focar-se a 100% na maior corrida do ano.