Durante a prova da Taça de Portugal de Ciclocrosse, em Santo Tirso, a Portuguese Cycling Magzine falou com um punhado de ciclistas de estrada para saber quais eram os benefícios desta participação no ciclocrosse e o que lhes traria de proveitoso para a época de estrada. Fiquem a saber tudo neste artigo com as declarações de: César Fonte, Tiago Leal, Tiago Nunes e Hugo Nunes (Radio Popular – Paredes – Boavista), Alexandre Montez e Gonçalo Leaça (Credibom / L.A. Alumínios / Marcos Car) e Rui Carvalho (Tavfer – Ovos Matinados – Mortágua)!
A equipa da Radio Popular – Paredes – Boavista foi uma das equipas de estrada que mais investiu na temporada de ciclocrosse, com nada menos que 5 dos 10 ciclistas que irão compor o plantel desta temporada a participarem em provas durante a temporada de ciclocrosse, tal como César Fonte, novo recruta da equipa para esta temporada, nos afirmou: “Da parte da Radio Popular – Paredes – Boavista houve um investimento no ciclocrosse e desde o primeiro momento falaram comigo para participar nas provas, para mim foi uma satisfação ver uma equipa de estrada começar a querer investir um bocado nesta área, porque também estamos a vender os nossos patrocinadores, e a vinda dos ciclistas de estrada faz com que o ciclocrosse cresça, crescendo, também, o ciclismo. Acho que se começa a dar mais valor à modalidade”, adicionando que esta aposta foi importante na preparação da época de estrada: “O ciclocrosse só me trouxe benefícios na minha preparação para a época de estrada”.
Outro dos novos recrutas da equipa boavisteira é Tiago Leal, que se estreou esta temporada no ciclocrosse. O paredense confidenciou-nos que o mais difícil foi a adaptação à modalidade: “Ao princípio a adaptação ao ciclocrosse foi um bocado complicada, principalmente em terrenos com mais lama e mais técnicos, visto que comecei um pouco tarde a fazer ciclocrosse”, no entanto gostou da experiência: “Das modalidades do ciclismo que já experimentei esta é a mais divertida e a que mais prazer me dá fazer”. Aproveitou para elencar, também, os benefícios que a aventura lhe trouxe: “É um bom complemento para a preparação da época de estrada, dá-nos aquela explosão e aquele andamento no limiar, acho que é bastante produtivo para a estrada, visto que também se ganha um pouco de técnica”.
Um dos ‘benjamins’ do pelotão nacional é Tiago Nunes, que passou diretamente dos juniores para a equipa boavisteira, assinando um contrato com dois anos de duração. O jovem também afina pelo diapasão da modalidade ser bastante produtiva na preparação da época de estrada: “O ciclocrosse ajuda muito na preparação da nossa época, não é por acaso que o [Mathieu] van der Poel e o [Wout] van Aert fazem ciclocrosse. Dá mais força e técnica e é um excelente complemento para a nossa temporada de estrada”.
Para encerrar o capítulo na equipa nortenha foi a vez de Hugo Nunes reforçar a opinião dos colegas de equipa e afirmar que gosta da modalidade: “Escolhi o ciclocrosse como modo de preparação para a estrada, e estou a gostar muito da experiência, é um ciclismo diferente e serve para preparação e diversão em simultâneo”. Para Nunes a modalidade serve para “treinar mais a explosividade e a técnica, também, sendo [a modalidade] ideal para treinar a técnica”.
A Credibom / L.A. Alumínios / Marcos Car também decidiu apostar nesta modalidade como complemento à preparação da época de estrada com Alexandre Montez e Gonçalo Leaça, sendo que a experiência correu bem para a equipa do Seixal, visto que Montez acabaria por se sagrar campeão nacional de sub-23, em Vouzela. Para Alexandre a modalidade só traz benefícios: “O ciclocrosse ajuda na preparação durante a pré-época para a época de estrada, visto que ajuda a melhorar a técnica e a ter um melhor manuseamento da bicicleta”.
O companheiro de equipa, Gonçalo Leaça, que utilizou a modalidade para treinar, acredita que a experiência foi boa para ele: “[O ciclocrosse] é benéfico em termos de técnica e de endurance. Esforços curtos, de uma hora, explosivos são sempre bons para complementar o que aí vem na época de estrada”.
Rui Carvalho foi um dos ciclistas da Tavfer – Ovos Matinados – Mortágua que também participou nas provas de ciclocrosse e vê,igualmente, vários benefícios na sua preparação da época de estrada: “Penso que ciclocrosse é vantajoso principalmente aqui na parte inicial da época, vimos de uma longa paragem, e dá-nos aquele ritmo inicial, que sentimos falta, principalmente antes de chegarmos a corridas como uma Volta ao Algarve, onde notamos muita falta de ritmo, depois de alguns meses sem correr”. Para o penafidelense, é importante “manter a veia competitiva que corre dentro de nós. Encaro isto também como um treino específico, para andar mais, como se costuma dizer, a top, e é sempre bom vir experimentar outras modalidades”.
Estes ciclistas são alguns dos casos de atletas que usam o ciclocrosse como preparação para a nova época de estrada, sendo que o número a cada ano que passa tem vindo a aumentar e a tendência é para que a quantia aumente ainda mais nas próximas temporadas, atendendo aos benefícios aqui elencados por todos.