LA VERSIÓN EN ESPAÑOL DEL PRIMER ARTÍCULO SE PUEDE VER AQUÍ.
A VERSÃO EM PORTUGUÊS DO PRIMEIRO ARTIGO PODE SER VISTA AQUI.
O SEGUNDO ARTIGO PODE SER VISTO AQUI.
Na segunda parte desta série apresentámos a entrevista efetuada ao diretor geral da Team Farto – BTC, Brais Dacal. Hoje, na terceira e última parte do PCMInsider #1, a Portuguese Cycling Magazine divulga a entrevista realizada às ciclistas portuguesas da equipa – Diana Pedrosa, Liliana Jesus e Melissa Maia. A primeira edição da Volta a Portugal Feminina e a nova geração de atletas foram alguns dos temas abordados, sendo que a entrevista completa pode ser vista em formato vídeo no início deste artigo ou no canal do YouTube da Portuguese Cycling Magazine, que convidamos a subscrever.
Vai para a estrada a Volta a Portugal Feminina
De acordo com o calendário recentemente divulgado pela Federação Portuguesa de Ciclismo, o ano de 2021 trará para a estrada a 1ª Volta a Portugal Feminina, marcada para os dias 20, 21 e 22 de Agosto. A opinião das três atletas foi unânime: a criação desta prova é uma grande iniciativa que poderá trazer bastantes frutos no futuro ao ciclismo feminino em Portugal.
Para Melissa Maia reforça a esperança de que “a realização desta prova por etapas venha trazer mais atletas femininas e que participem em maior número”. A campeã nacional lança ainda o desafio além-fronteiras, “era fantástico haver a oportunidade de outras equipas do estrangeiro poderem participar”. Por fim o desejo final de Melissa é de que “o traçado seja difícil [para ir de encontro às suas características] e que haja o maior número de participantes”.
Já Diana Pedrosa pisca o olho às equipas profissionais portuguesas e considera a estreia da Volta Feminina uma boa iniciativa. “Era bom que as equipas portuguesas, que têm equipas profissionais, apostassem em ter uma equipa feminina”, desafia Diana, já que “[as atletas] estão muito espalhadas, não existe nenhuma equipa em Portugal com atletas femininas cheia de qualidade”.
Liliana Jesus também aplaudiu a decisão. A enfermeira de profissão considera “uma excelente iniciativa por parte da federação” e espera que a corrida seja “uma mais-valia para a divulgação da modalidade, para incentivar mais atletas a experimentarem a competição”. Para Liliana a proximidade de datas com a Volta a Portugal de elites masculinos pode ser benéfica, na medida em que se pode aproveitar o impacto mediático e que leve a que a prova feminina “tenha algum tipo de transmissão televisiva”.
As referências
As três atletas foram unânimes em relação a uma das suas referências no mundo do ciclismo feminino: Mavi Garcia, ciclista espanhola da equipa Alé BTC Ljubljana. No entanto, não é a única fonte de inspiração das atletas portuguesas da Team Farto – BTC.
Melissa Maia compara o seu percurso à da atleta espanhola, “ela começou no duatlo/triatlo, assim como eu, e o facto de entrar no ciclismo um pouco mais tarde, por volta dos 30 anos de idade, mostra que a idade é só um número”.
Diana Pedrosa conta que já pôde dialogar com a ciclista espanhola em corridas que ambas fizeram o ano passado. “É muito simpática e gostei de poder conversar um bocadinho com ela. Falou da mudança da Movistar para a Alé e que a mudança se calhar lhe fez melhor do que ficar ali”, confessou Diana.
Liliana Jesus acrescenta, ainda sobre Mavi Garcia, que “[ela] abdicou de tudo o que tinha de abdicar – nomeadamente do trabalho – para arriscar, correu bem e ela evoluiu muito”.
Outras referências no mundo do ciclismo também foram abordadas. Melissa Maia conta-nos que outra das suas referências é Barbara Guarischi, que considera “uma atleta muito forte, apesar de ser sprinter”. Diana Pedrosa referiu também que gosta muito da campeã do mundo, Anna van der Breggen. Já Liliana olhou para o panorama nacional e destacou as colegas Celina Carpinteiro, Daniela Reis e Maria Martins. “Gostei muito do que a Daniela [Reis] fez pelo ciclismo, ela abandonou tudo para seguir um sonho (…) e continua a ser uma referência para mim por tudo o que fez”, frisou Liliana, que ainda elogiou o “empenho e dedicação” de ‘Tata’ Martins.
‘Sangue novo’
Para as três ciclistas é bastante importante haver sangue novo no ciclismo português e que este se consiga expandir para fora de portas e consiga abrir ainda mais portas às ciclistas mais jovens do pelotão nacional, como são os exemplos recentes de Maria Martins e Daniela Campos.
Liliana Jesus acredita que “é muito bom termos mais atletas novas a integrarem os pelotões fora de Portugal, estamos a mostrar ao mundo que existimos e que temos muitas valências e muitas capacidades para estarmos lá”. Entre risos conta-nos ainda um episódio com as atletas mais novas, quando estiveram juntas na selecção, “eu era das atletas mais velhas do grupo e tinha sempre uma preocupação com as atletas mais novas, que ainda estavam a dar os primeiros passos, e em tom de brincadeira elas chamavam-me ‘mãezinha’”.
Diana Pedrosa acrescenta que “apesar de não estarmos muito evoluídos em termos de ciclismo feminino em Portugal, temos muito boas atletas que se destacam e conseguem ir para fora e alcançar resultados, mesmo internacionalmente”. Termina aconselhando as ciclistas mais jovens para, “se elas querem evoluir têm de ir para fora, porque o nível competitivo cá dentro não é o melhor; não há nenhuma equipa portuguesa que vá competir seriamente lá fora”.
Já Melissa Maia admite que “a nível nacional ainda não se explora muito o ciclismo feminino em termos técnicos e tácticos”. A experiência internacional é muito importante para a campeã nacional de 2020, que considera que “ter atletas portuguesas a correr em pelotões lá fora acaba por dar uma maior visibilidade e mostrar que temos condições para poder evoluir e estar em equipas continentais e até WorldTour”.
Esta foi a terceira (e última) parte do PCMInsider #1, dedicado à equipa galega Team Farto – BTC. Agradecemos a amabilidade e disponibilidade da equipa, principalmente do diretor geral Brais Dacal e das três atletas que participaram nesta entrevista, bem como a sua colaboração para que esta nova rubrica fosse possível de realizar. Desejamos à equipa o maior sucesso para o seu projeto e que consigam alcançar todos os objetivos propostos. Termina assim a primeira edição do PCMInsider, a mais recente rubrica da Portuguese Cycling Magazine onde damos a conhecer uma equipa por dentro!
Transcripción al español
La Volta a Portugal Feminina sale a la carretera
Según el calendario publicado recientemente por la Federação Portuguesa de Ciclismo, el año 2021 traerá a Portugal la 1ª Volta a Portugal Feminina, prevista para los días 20, 21 y 22 de agosto. La opinión de las tres atletas fue unánime: la creación de este evento es una gran iniciativa que podría traer muchos frutos al ciclismo femenino en Portugal en el futuro.
Para Melissa Maia, refuerza la esperanza de que “la realización de este evento por etapas traerá más deportistas femeninas y que participen en mayor número”. La campeona nacional también lanza el desafío más allá de las fronteras, “sería fantástico tener la oportunidad de que otros equipos del exterior puedan participar”. Finalmente, el último deseo de Melissa es que “el trazado sea difícil [de acorde con sus características] y que haya el mayor número de participantes”.
Diana Pedrosa parpadea a los equipos profesionales portugueses y considera que el debut de la Volta Feminina es una buena iniciativa. “Sería bueno que los equipos portugueses, que tienen equipos profesionales, apostaran por tener un equipo femenino”, desafía Diana, ya que “[las atletas] están muy dispersas, no hay ningún equipo en Portugal con atletas femeninas llenas de calidad”.
Liliana Jesus también aplaudió la decisión. La enfermera considera “una excelente iniciativa por parte de la federación” y espera que la carrera sea “un activo para la promoción del deporte, para animar a más deportistas a probar la competición”. Para Liliana, la proximidad de las citas a la Volta a Portugal de élites masculinos puede ser beneficiosa, ya que se puede aprovechar el impacto mediático y propiciar que el evento femenino “tenga algún tipo de retransmisión televisiva”.
Las referencias
Las tres deportistas fueron unánimes en relación con una de sus referencias en el mundo del ciclismo femenino: Mavi García, ciclista española del equipo Alé BTC Ljubljana. Sin embargo, no es la única fuente de inspiración para las deportistas portuguesas del Team Farto – BTC.
Melissa Maia compara su trayectoria con la de la deportista española, “se inició en el duatlón/triatlón, como yo, y el hecho de que empezara a pedalear un poco más tarde, alrededor de los 30 años, demuestra que la edad es solo un número”.
Diana Pedrosa asegura que ya ha podido hablar con la ciclista española en carreras que ambas hicieron el año pasado. “Es muy amigable y me gustó poder hablar un rato con ella. Habló del cambio de Movistar a Alé y que el cambio le hizo mejor que quedarse allí en Movistar”, confesó Diana.
Liliana Jesus añade, aún sobre Mavi García, que “[ella] dejó todo lo que tenía que dejar, es decir, el trabajo, para arriesgarlo, le ha ido bien y ha evolucionado mucho”.
También se abordaron otras referencias en el mundo del ciclismo. Melissa Maia nos cuenta que otro de sus referencias es Barbara Guarischi, a quien considera “una deportista muy fuerte, a pesar de ser velocista”. Diana Pedrosa también dijo que le tiene mucho cariño a la campeona del mundo Anna van der Breggen. Liliana miró el panorama nacional y destacó a las compañeras Celina Carpinteiro, Daniela Reis y Maria Martins. “Me gustó mucho lo que hizo Daniela [Reis] por el ciclismo, lo abandonó todo para seguir un sueño (…) y sigue siendo un referente para mí por todo lo que hizo”, dijo Liliana, quien también elogió el “compromiso y dedicación” de ‘Tata’ Martins.
‘Sangre nueva’
Para las tres ciclistas es muy importante tener sangre nueva en el ciclismo portugués y que pueda expandirse y poder abrir aún más puertas a las ciclistas más jóvenes del pelotón nacional, como son los ejemplos recientes de Maria Martins y Daniela Campos.
Liliana Jesus cree que “es muy bueno tener más atletas nuevas para unirse a los pelotones fuera de Portugal, estamos demostrando al mundo que existimos y que tenemos muchas habilidades y capacidades para estar ahí”. Entre risas también nos cuenta un episodio con las atletas más jóvenes, cuando estaban juntas en la selección, “yo era una de las atletas más viejas del grupo y siempre me preocupé con las atletas más jóvenes, que aún estaban dando sus primeros pasos, en broma me llamaban ‘mami’”.
Diana Pedrosa añade que “aunque no estamos muy avanzados en cuanto al ciclismo femenino en Portugal, tenemos muy buenas deportistas que destacan y consiguen salir para el extranjero y conseguir resultados, incluso a nivel internacional”. Termina aconsejando a los ciclistas más jóvenes que “si quieren evolucionar tienen que irse al extranjero, porque el nivel competitivo en Portugal no es el mejor; no hay ningún equipo portugués que compita seriamente en el extranjero”.
Melissa Maia admite que “a nivel nacional, todavía hay poca explotación del ciclismo femenino en términos técnicos y tácticos”. La experiencia internacional es muy importante para la campeona nacional de 2020, que considera que “tener deportistas portugueses corriendo en pelotones en el extranjero acaba dando mayor visibilidad y demostrando que somos capaces de evolucionar y estar en equipos continentales e incluso WorldTour”.