A primeira parte da reportagem pode ser vista aqui.
A segunda parte da reportagem pode ser vista aqui.
Na segunda parte do PCMInsider #2, divulgámos o vídeo da entrevista feita a Xavier Silva e Gustavo Veloso, os diretores desportivos da Tavfer / Mortágua / Ovos Matinados. Hoje, na terceira e última parte, apresentamos as entrevistas realizadas a Bruno Silva e Gonçalo Carvalho.
Entrevista a Bruno Silva

PCM: Em que medida é que achas que as tuas características como trepador irão contribuir para o sucesso da equipa?
Bruno: A equipa tem um grupo forte tanto em termos de trepadores como de sprinters. Da minha parte como trepador, terei a equipa do meu lado sempre que for necessário. Para além de mim, existem mais um ou dois colegas com os quais poderei fazer a diferença nas subidas. Nas principais provas que tenham etapas duras, acho que posso também ajudar a equipa a destacar-se devido à minha experiência.
PCM: Qual foi a principal motivação para a tua ida para a Tavfer / Mortágua / Ovos Matinados esta época e, na tua opinião, quais são os elementos que diferenciam esta equipa das restantes?
Bruno: É uma equipa bastante coesa e, no meu ponto de vista, tem todas as condições necessárias para demonstrarmos o nosso valor e o nosso trabalho. Já conhecia o seu funcionamento e gosto da maneira como trabalham, assim como tive o privilégio de conhecer o Pedro Silva. Infelizmente, não irei trabalhar com ele, mas a equipa ficará certamente bem entregue à sua esposa e ao seu filho. Já aqui estive há 15 anos e sinto que a equipa continua igualmente bem organizada e com a mesma metodologia.
PCM: Olhando para o calendário da temporada de 2022, quais te parecem ser as provas mais exigentes e porquê?
Bruno: Tanto algumas provas nacionais como internacionais serão bastante exigentes. Do ponto de vista nacional, temos por exemplo o Grande Prémio Jornal de Notícias, o Grande Prémio do Douro e o Grande Prémio O Jogo, que são corridas com muito mediatismo neste momento em Portugal. Quanto às internacionais, teremos a Volta ao Algarve, a Clássica da Arrábida, o Troféu Joaquim Agostinho e, como principal objetivo, a Volta a Portugal. Estas corridas, por serem mais exigentes e com um grau de dificuldade mais elevado, são os principais objetivos da equipa.
PCM: Qual é a importância de ter no pelotão profissional esta equipa, que aposta desde cedo na formação de atletas?
Bruno: É muito importante ter equipas como esta a apostar na juventude, mas ao mesmo tempo com um misto de maturidade para ajudar na formação. Sem este tipo de mentalidade com os mais novos, é mais difícil eles crescerem e demonstrarem o seu valor. Esta é uma equipa onde os resultados não são a prioridade, mas sim o crescimento dos atletas mais jovens.
PCM: O que procuras transmitir aos teus colegas mais novos? Achas que eles encontram em ti uma referência?
Bruno: Tento sempre transmitir a minha experiência, porém continuo a aprender também. Tento ainda passar-lhes o que vejo de melhor nas táticas do ciclismo, assim como a parte mais humana. Com o nosso novo diretor desportivo, Gustavo Veloso, será mais fácil trocar ideias para transmitir aos meus colegas o que o diretor pretende para a prova. Em momentos decisivos nos quais não teremos tanto tempo de ir ao carro de apoio, penso que vai fazer toda a diferença. Não sei se sou uma referência, mas eles veem em mim o que de melhor tenho dado ao ciclismo, como por exemplo as conquistas das duas camisolas da montanha na Volta a Portugal, em 2015 e 2021.
Entrevista a Gonçalo Carvalho

PCM: Como é estar de volta a casa, ainda por cima sendo a equipa da tua terra?
Gonçalo: Estou muito feliz por voltar a casa, é sempre bom vestir as cores da minha terra. Estou muito motivado para enfrentar a nova época.
PCM: Como descreves a evolução desta equipa onde estiveste durante quatro anos na formação? Que memórias tens do projeto?
Gonçalo: A equipa evoluiu de forma muito rápida. Era um projeto de formação, mas atualmente equipara-se às melhores equipas a nível nacional. Tenho grandes memórias porque vencemos muitas corridas e a equipa continua com a ambição das vitórias.
PCM: Entre as provas em que já participaste, qual foi a que mais te marcou e porquê?
Gonçalo: O Campeonato do Mundo, em 2018. É uma das corridas mais importantes para qualquer ciclista. Foi em Sub-23, mas encarei como a melhor corrida que alguma vez farei. Foi uma experiência inesquecível correr com alguns atletas que, atualmente, são dos melhores do World Tour. A Volta a França do Futuro, a nível de Sub-23, foi também uma experiência de 10 dias muito importante e daí saem alguns ciclistas que estão na discussão da Volta a França.
PCM: Quais são as tuas expectativas em termos da equipa para esta época?
Gonçalo: Acho que são altas. Temos um bom bloco para chegadas rápidas, como o João Matias e o Leangel Linarez. Na vertente da montanha, há também três ou quatro colegas que poderão estar na discussão de algumas provas. Esta época vai ser muito positiva para todo o grupo.
PCM: Estás com 24 anos e é a tua terceira época como Elite, sendo que as duas anteriores foram muito atribuladas por causa da Covid-19. Consideras que este será um ano marcante para a tua evolução enquanto ciclista?
Gonçalo: Penso que este será um ano de afirmação, visto que nos últimos dois anos estive na discussão das classificações da juventude em algumas provas. No Troféu Joaquim Agostinho, em 2020, venci a classificação da juventude e fui sexto na geral individual. O ano passado, 2021, também foi uma época positiva com alguns pódios e vários Top-10. Na Volta a Albergaria fiquei em terceiro e na segunda etapa do Grande Prémio O Jogo também fiz Top-10. Este será um ano para afirmar e continuar os bons resultados.
Mantenham-se atentos às próximas novidades, o PCMInsider #2 ainda não acabou!