Van Der Poel vence a Volta à Flandres e o Paris-Roubaix no mesmo ano, construindo uma das melhores temporadas de clássicas de sempre.
Depois do recorde de velocidade média na Volta à Flandres, o recorde de velocidade média no Paris-Roubaix! Depois de um solo na Volta à Flandres, um solo no Paris-Roubaix! A película das clássicas do pavé deste ano fica marcada pela ‘velocidade e fúria’ de um protagonista, o campeão do mundo Mathieu Van Der Poel, e de uma grande equipa, a Alpecin-Deceuninck.
A corrida começou ao gosto do protagonista, muita rápida e controlada pela sua equipa. A fuga do dia foi composta por: Per Strand Hagenes (Team Visma | Lease a Bike), Rasmus Tiller (Uno-X Mobility), Kasper Asgreen (Soudal Quick-Step), Marco Haller (BORA – hansgrohe), Liam Slock (Lotto Dstny), Gleb Syritsa (Astana Qazaqstan Team) e Kamil Malecki (Q36.5 Pro Cycling Team), aos quais mais tarde se juntaram Dusan Rajovic (Bahrain – Victorious) e Dries De Bondt (Decathlon AG2R La Mondiale Team). Apesar da força dos homens da fuga, a entrada nos setores tornou-os presa fácil para o pelotão, que rapidamente deixou de o ser à medida que se sucediam os problemas mecânicos, a par com vento lateral forte.
Com um grupo muito mais reduzido do que o habitual, o Trouée d’Arenberg e a sua chicane não incomodaram Mathieu Van Der Poel, que lançou o primeiro ataque e apesar da resposta de Mads Pedersen (Lidl-Trek), Jasper Philipsen (Alpecin-Decuninck) e Mick Van Dijke (Team Visma | Lease a Bike), sendo mais tarde alcançados pelas dezenas de ciclistas que lutariam pelo pódio até final. A lama ainda presente nos setores desencadeou um festival de furos, ao qual apenas Van Der Poel escapou.
Num dos momentos mais estáveis da corrida, enquanto a própria Alpecin-Deceuninck controlava os ataques com Florian Vermeesch, Van Der Poel lançou o seu ataque e, a partir daí, começou o solo que só iria parar na meta, bem como a competição pelos restantes lugares do pódio. No Mons-en-Pévèle, Pedersen fez a diferença na companhia de Philipsen, Nils Politt (UAE Team Emirates), Stefan Kung e Laurence Pithie (Groupama – FDJ). Tendo Pithie caído e Kung sofrido por incapacidade, os restantes 3 homens lutaram pelo pódio. Philipsen terminou no 2º lugar e Pedersen no 3º, com um atraso de 3 minutos para o vencedor.
Assim, Mathieu Van Der Poel levantou o famoso ‘pedragulho’ pela segunda vez na sua carreira, desta vez com uma das maiores vantagens de sempre, e depois de conquistar também a Volta à Flandres. Com uma das melhores temporadas de pavé de sempre, vestindo a camisola arco-íris de campeão do mundo, aguardamos agora o início da ‘Tripla das Ardenas’, na Amstel Gold Race, para saber se o arco-íris de Van Der Poel vai continuar na paisagem.
Por último, António Morgado (UAE Team Emirates) foi o único português em prova, mas um problema mecânico no primeiro setor da prova acabou por condicionar a sua prestação, fazendo-o exprimentar toda a dureza do Paris-Roubaix até ao velódromo, onde fechou a sua estreia nesta prova no 87º lugar, a 15 minutos do vencedor.
Foto de capa: Reuters
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