A tranquilidade esteve presente até aos 45 quilómetros finais da 56ª edição da Amstel Gold Race, marcada por uma fuga com algumas linhas secundárias e controlada maioritariamente, e como seria expectável, pela equipa do super favorito Mathieu Van der Poel (Alpecin-Fenix). E foi a passagem pelo Gulperberg que marcou o início da fase mais explosiva da corrida, devido ao ritmo alto com que o pelotão abordou a subida, e que serviu de mote ao ataque de Tim Wellens (Lotto Soudal) e Christophe Laporte (Jumbo-Visma), abrindo as hostilidades no grupo dos favoritos. O intento deste duo, no entanto, foi sol de pouca dura, com a INEOS Grenadiers, fazendo lembrar os velhos tempos de domínio da Team Sky, a tomar as rédeas da situação, e rapidamente absorvendo todos os elementos escapados.
A 35 quilómetros do risco de meta, na ascensão do Keutenberg, um ataque de Tiesj Benoot (Jumbo-Visma) partiu por completo a corrida, levando à formação de um grupo de 11 corredores na dianteira com os principais favoritos à vitória final, entre os quais, Mathieu Van der Poel, Thomas Pidcock (INEOS Grenadiers), Marc Hirschi (UAE Team Emirates) ou Kasper Asgreen (Quick-Step Alpha Vinyl Team). Após a penúltima passagem pela meta, registaram-se várias mexidas no grupo da frente, com Michał Kwiatkowski (INEOS Grenadiers) e Benoit Cosnefroy (AG2R Citroën Team) a conseguirem alcançar uma vantagem importante em relação aos companheiros de escapada. E foi mesmo este duo a discutir a vitória final em Berg en Terblijt.
Num sprint lançado a mais de 200 metros, e discutido ao milímetro, foi, pelo segundo ano consecutivo, o photo finish a confirmar a segunda vitória da carreira de Michał Kwiatkowski na Amstel Gold Race. O francês Cosnefroy conseguiu um honroso segundo lugar, e Benoot completa o pódio, a 10 segundos do vencedor, que não contou com Mathieu Van der Poel (terminou em 4º). O único português presente na prova, o gaiense Ivo Oliveira (UAE Team Emirates), não concluiu a corrida.