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João Almeida na UAE – A melhor decisão?

Manhã de Sexta…acordamos e verificamos que finalmente acabaram as dúvidas e indecisões. O ciclista português confirmou oficialmente qual a equipa que irá defender durante os próximos tempos: UAE-Team Emirates!

A pergunta que se coloca logo é se foi realmente esta a melhor decisão? Não há uma resposta certa, visto que só o tempo o dirá, mas existem muito bons indícios para crermos que sim, tanto desportivamente como financeiramente. Desde logo, é percetível que a UAE está a querer criar um conjunto que lhe permita manter-se como uma das melhores equipas do mundo, a par da Deceuninck-Quick Step (ex-equipa do João), Team Jumbo-Visma e INEOS.

Ainda assim, além do fenómeno Tadej Pogačar, não existe um outro ciclista que se possa dizer que seja favorito a liderar alguma das grandes voltas. Mesmo com uma possível contratação de Marc Soler (além das presenças de Majka e McNulty) ou de uma ascensão meteórica da grande promessa Juan Ayuso, será mais do que normal que o português seja uma verdadeira aposta da equipa, pelo menos durante os primeiros anos. Além disso, o homem das Caldas da Rainha não será a principal figura mediática da equipa e isso poderá jogar a favor do próprio.

Outra indicação positiva é a duração do contrato. O facto de serem 5 anos, algo não muito comum no ciclismo, demonstra o quanto esperam dele e o quanto acreditam nele – além daquilo que irá ganhar. As próprias palavras do diretor-desportivo, Joxean Matxin Fernandez, já conhecidas publicamente, demonstram isso mesmo: “Almeida é um corredor que conhecemos há muitos anos desde que era júnior e temos o prazer de o receber nos Emirados Árabes Unidos. O João é um ciclista de grande qualidade e não temos dúvidas que será um pilar forte na equipa. Ele é um corredor extremamente talentoso e versátil e tenho certeza que teremos muitos grandes sucessos juntos com ele na nossa equipa. O nosso objetivo é fortalecer a equipa ano a ano e temos plena confiança que o João vai trazer grandes coisas para o grupo, tanto como atleta como como pessoa.”

Ainda assim, há o outro lado da moeda e a verdade é que o vencedor do Tour será claramente a maior aposta da equipa a curto, médio e, provavelmente, longo prazo. As reticências sobre se o João se tornará mais um “gregário” do esloveno ou apenas uma segunda opção de liderança num Tour são válidas. O facto do DD ser espanhol e ter igualmente na equipa a maior promessa espanhola é mais um fator relevante para a equação, principalmente a médio e longo prazo, porque não há dúvidas de que se cumprir com o que promete irá ter um grande apoio para liderar numa das Grandes Voltas.

Por fim, voltando aos pontos positivos, o ciclista que ontem fez 23 anos terá uma forte armada portuguesa junto dele. O ex-campeão do mundo Rui Costa e os irmãos Ivo e Rui Oliveira serão de incrível apoio e de rápida integração para aquele que acreditamos que será o futuro líder da equipa nalguma das Grandes Voltas. Portanto, com tudo somado, é uma boa decisão, apesar de não haver certezas se terá sido a melhor das melhores…só o tempo o dirá.