Jonathan Milan da Bahrain-Victorious foi o mais forte na chegada a San Salvo, surpreendendo os maiores favoritos no meio da confusão provocada por uma queda perto do fim. O pódio da etapa ficou completo por David Dekker e Arne Marit, um trio certamente improvável no início do dia.
Esta é a primeira vitória do italiano em grandes voltas, um gigante especialista da pista e que em Tóquio fez parte da equipa italiana campeã olímpica de perseguição por equipas.
Dia calmo, quase até ao fim
Quando se fala nas primeiras etapas das grandes voltas é mais ou menos unânime ouvirem-se frases feitas sobre nervosismo e evitar sobressaltos, mas esta primeira etapa foi calma, com uma queda na aproximação ao sprint a marcar o dia.
Mais de 200 kms marcados para um sprint, com uma fuga completamente dominada pelas equipas dos sprinters, com principal destaque para a Trek-Segafredo de Mads Pedersen e com participação ocasional de alguns homens da Alpecin. Nem a equipa do camisola rosa teve de se preocupar em passar pela frente do pelotão.
A coisa só mudou de figura com o sprint para o pontos da maglia ciclamino onde Fernando Gaviria foi o mais forte do pelotão, batendo Matthews e Pedersen.
Com o pelotão compacto as equipas dos sprinters alinharam-se na frente do pelotão, com o auge a acontecer mesmo na última dezena de quilómetros, onde, como habitualmente, também os homens da geral procuravam estar bem colocados.
O momento de tensão do dia aconteceu a pouco mais de 3 kms do fim, numa queda que travou, entre outros, o comboio da Trek-Segafredo de Mads Pedersen.
Fuga para coroar o novo líder da montanha (e outras classificações secundárias)
Numa etapa tão longa a fuga acaba por ser quase uma mera burocracia, e esta não foi excepção. Cinco aventureiros tentaram fintar a lógica, mas apenas gozaram de uma vantagem máxima de cinco minutos, sendo que as equipas dos sprinters ainda fizeram por reduzir mais a diferença nos momentos iniciais da etapa.
O quinteto composto por Stefano Gandin (Team Corratec), Mattia Bais (Eolo-Kometa), Paul Lapeira (AG2R Citroën Team), Thomas Champion (Cofidis) e Alessandro Verre (Arkéa Samsic) viu o corredor da AG2R ser o principal protagonista ao bater o compatriota Thomas Champion nas duas contagens de montanha e garantindo a camisola azul no fim do dia, na sua estreia em grandes voltas.
Stefano Gandin foi o outro protagonista dos escapados ao vencer os dois sprints intermédios, garantindo também a subida ao pódio para esta classificação particular de sprints intermédios, que não oferece uma camisola distintiva, mas é sempre importante para as equipas convidadas.
Os escapados terminaram a sua aventura a mais de 30 km da meta, quando Gandin, Bais e Champion eram os últimos resistentes. Somando assim quilómetros para a disputa do corredor com mais quilómetros escapado, outra curiosa classificação secundária do Giro, e que Bais já venceu em 2020.
Correção das classificação do dia anterior
O dia começou com a correção da classificação da montanha, com Tao Geoghean Hart a envergar a camisola azul ao início do dia depois de retificados os tempos da subida final do contrarrelógio de ontem. Brandon McNulty subiu ontem ao pódio, mas nas redes sociais começou a questionar-se os tempos da organização depois do colega de João Almeida ter colocado a atividade no Strava e ter um tempo de subida mais lento do que o calculado pela organização.
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