Brandon McNulty (UAE Team Emirates) foi o grande vencedor da 15ª etapa do Giro d’Italia 2023. Numa etapa com um traçado que fez lembrar uma mini Volta à Lombardia, com chegada a Bérgamo, o colega de equipa do nosso João Almeida foi o ciclista mais forte da fuga, batendo ao sprint Ben Healy (EF Education-EasyPost) e Marco Frigo (Israel-Premier Tech). Os favoritos mantiveram-se tranquilos, como tem sido apanágio neste Giro, com exceção do ataque de Almeida na última inclinação do dia, que pôs em sobressalto os seus adversários.
A fuga do dia foi estabelecida aos poucos, com Healy e Simone Velasco (Astana Qazaqstan Team) a serem os primeiros impulsionadores de um grupo escapado que viria a ficar completo com 17 ciclistas. A vantagem dos da frente chegou a atingir mais de sete minutos sobre o pelotão, que era calmamente controlado pela Groupama-FDJ, equipa do mais recente camisola rosa, Bruno Armirail.
As subidas que os ciclistas foram encontrando pelo caminho (Valico di Valcava, 11,6 km a 8%; Selvino, 11,1 km a 5,6%; e Miragolo San Salvatore, 5,2 km a 7%) serviram apenas para apertar ainda mais a luta pela camisola azul, da montanha, com Healy e Einer Rubio (Movistar Team) a arrecadar pontos importantes que os colocam à entrada para a última semana como 4º e 2º classificados, respetivamente, nesta classificação.
As mexidas estavam reservadas apenas para a subida de Roncola (10 km a 6,7%), a penúltima do dia. Niccolò Bonifazio (Intermarché-Circus-Wanty) foi o primeiro a destacar-se no grupo da frente, mas as rampas de Roncola foram cruéis para o italiano, que viu McNulty e Frigo isolarem-se na frente da corrida, seguidos, pouco depois, por Healy, que não respondeu de imediato à dupla, mas que se viria a juntar com uma forte recuperação. A pouco menos de quatro quilómetros do topo, Healy parecia decidido a voar para mais um solo, deixando McNulty e Frigo para trás. No entanto, não foi isso que aconteceu, porque McNulty recuperou o fôlego e recolou ao irlandês no início da descida. A cerca de 10 quilómetros da chegada, Frigo voltaria a restabelecer o trio mais forte do dia, e assim seguiram em direção à última dificuldade do dia, Colle Aperto (1,6 km a 7,9%). Ali, Healy voltou a atacar, mas McNulty não cedeu um metro, enquanto Frigo voltava a descolar. A indecisão nos metros seguintes voltou a dar esperanças ao italiano, e foi a três que a etapa foi discutida. McNulty mostrou ser o mais forte, relegando Healy e Frigo para o 2º e 3º lugar, respetivamente.
No grupo dos favoritos, nada aconteceu até ao Colle Aperto, onde João Almeida desferiu um forte ataque. Conseguiu pôr em apuros alguns elementos do top-10, mas os seus grandes adversários mantiveram-se por perto. Armirail foi incapaz de seguir este ritmo, e perdeu cerca de meio minuto.
Nas contas da geral, Armirail continua líder do Giro d’Italia, agora com 1:08 minutos de vantagem sobre Geraint Thomas (INEOS Grenadiers), 1:10 minutos sobre Primož Roglič (Jumbo-Visma) e 1:30 minutos sobre João Almeida (UAE Team Emirates), que continua na quarta posição.