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Giro d’Italia, 14ª etapa: Nico Denz soma a segunda, no dia em que a camisola rosa muda de dono.

A 14ª etapa do Giro d’Italia voltou a contar com a companhia da chuva e frio, e um traçado que deixava em aberto a luta pela vitória entre os sprinters e uma fuga, com a passagem pelo Passo del Sempione (20 km a 6.2% de inclinação) ainda nos primeiros 50 quilómetros da etapa, e os restantes 120 totalmente planos até à linha de meta. O pêndulo caiu para o lado da fuga, já que o pelotão, controlado pela INEOS Grenadiers, equipa do então líder da geral, optou pela tranquilidade no dia de hoje. Tanta, que a maglia rosa mudou de dono.

Nos primeiros quilómetros da etapa assistiu-se a uma batalha intensa pela formação da fuga. Um grupo de dezoito elementos cedo se separou do pelotão, mas isso não fez parar os ataques. O grupo tinha o carimbo que abria as portas à vitória na tirada de hoje, e vários ciclistas sentiram isso mesmo, tentando fazer a ponte. Nas primeiras rampas do Passo del Sempione, houve a junção de um segundo grupo escapado à frente da corrida, momento a partir do qual 27 ciclistas passaram a rodar com uma vantagem interessante em relação ao pelotão, sempre encabeçado pela equipa britânica. No grupo da dianteira, o mais bem colocado na geral era o francês Bruno Armirail (Groupama-FDJ), a 18:36 minutos da rosa, que estaria longe de imaginar no que lhe viria a cair no colo horas depois.

Digno de registo foi a conquista do máximo número de pontos no prémio de montanha de 1ª categoria por parte de Davide Bais (EOLO-Kometa), que assim ultrapassou Thibaut Pinot (Groupama-FDJ) como novo líder da camisola azul, símbolo da classificação dos melhores trepadores. Por outro lado, assistiu-se também à declaração de intenções de Derek Gee (Israel-Premier Tech) à maglia ciclamino, já que o canadiano, em evidência neste Giro, venceu o sprint intermédio em Villadossola, e aproximou-se de Jonathan Milan (Bahrain-Victorious) na luta pelos pontos.

A vantagem da fuga já ultrapassava a dezena de minutos, quando Alberto Bettiol (EF Education-EasyPost) tentou alterar o rumo dos acontecimentos, atacando no grupo da frente juntamente com Nico Denz (BORA-hansgrohe), a cerca de 60 quilómetros do final. Apesar de terem sido alcançados pouco depois, esta mexida teve o condão de agitar o grupo, e um quarteto partiu no contra-ataque, composto agora por Laurenz Rex (Intermarket-Circus-Wanty), Stefano Oldani (Alpecin-Deceuninck), Davide Ballerini (Soudal-QuickStep) e Toms Skujiņš (Trek-Segafredo).

Nos últimos 15 quilómetros, a corrida entrava em terreno ligeiramente ondulado, que fez com que os grupos em fuga começassem a quebrar-se. Na frente, Rex não aguentou o ritmo dos seus companheiros de fuga; atrás, Marius Mayrhofer (Team DSM) Bettiol, Denz e Gee também se desenvencilharam do restante grupo. Estava dado o mote para um final de etapa emocionante.

No último quilómetro, a diferença era mínima entre os dois grupos, e trio da frente lançou o sprint demasiado cedo. As forças acabariam por se esgotar, e a junção deu-se mesmo já nos últimos 500 metros. Tornou-se assim um sprint com um grupo maior, onde Denz mostrou ser, novamente, o mais rápido, alcançando assim a segunda vitória nesta edição do Giro. Gee teve que se contentar, mais uma vez, com o segundo lugar, e Bettiol terminaria na terceira posição.

Armirail cortou a meta a na 15ª posição, a 53 segundos do vencedor, mas foi o suficiente para reclamar para si a camisola rosa, já que o pelotão chegaria, tranquilamente, 21:11 minutos depois do vencedor. Assim, o francês passou a liderar a Volta a Itália à 14ª etapa, com 1:41 minutos de vantagem sobre Geraint Thomas (INEOS Grenadiers) e 1:43 minutos sobre Primož Roglič (Jumbo-Visma). João Almeida (UAE Team Emirates) segue agora na quarta posição, a 2:03 minutos da liderança.

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