Na etapa 20 do Giro d’Italia, esperava-se um passo em frente na decisão da classificação geral e que passo foi. Jai Hindley (Bora Hansgrohe) avisou que não estava para brincadeiras e deixou Richard Carapaz (Ineos Grenadiers) pregado à estrada para Marmolada.
O dia começou veloz e na batalha pela entrada na fuga, chegaram a existir alguns cortes no pelotão. Estes foram depois suprimidos e foi dada autorização à escapada para seguir. A Bahrain Victorious assumiu as rédeas do ritmo, mas mostrou sempre muitas reservas em aumentá-lo. Isso permitiu à fuga lutar pela vitória.
Nessas contas, Alessandro Covi (UAE Team Emirates) surpreendeu os seus companheiros de fuga, em teoria melhores neste terreno, e após um solo de 50 quilómetros, conseguiu uma vitória monumental sobre Domen Novak (Bahrain Victorious), que ainda ameaçou mas não conseguiu concretizar. Giulio Ciccone (Trek Segafredo), outro homem em destaque nas fugas deste Giro, foi 3º. A UAE Team Emirates recebe assim um prémio de consolação, após João Almeida ter sido forçado a abandonar o Giro devido à Covid-19.
Atrás, tivemos de esperar pela subida final para ver os favoritos em ação. Ironicamente, foi a Ineos que começou por aumentar o ritmo, que mais tarde seria aproveitado por Jai Hindley, com a preciosa ajuda de Lennard Kamna. Foi a ritmo que os homens da Bora deixaram o campeão olímpico nas lonas, perdendo 1:28 na estrada, tendo inclusive sido ultrapassado por Hugh Charty (EF Education-Easy Post) e Mikel Landa (Bahrain Victorious).
Assim, a história repete-se: Jai Hindley partirá para o contrarrelógio final do Giro d’Italia com aquela que classifica como a “camisola mais bonita no ciclismo”, tendo a missão de defendê-la contra um homem da Ineos. Só que desta vez a história poderá ser diferente, face à vantagem de 1:25 que conseguiu hoje para o rival. Mikel Landa fez uma boa etapa e aproximou-se de Carapaz na geral, garantindo pelo menos o pódio final.
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