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Finalmente desconfinados!

É já no fim-de-semana de 10 e 11 de abril que o ciclismo português volta à estrada. O Circuito CAR Anadia e a Prova de Abertura – Região de Aveiro marcam simultaneamente o início da temporada e da Taça de Portugal Jogos Santa Casa.

Depois de um longo período de confinamento onde em vários pontos da Europa se foram efetuando as mais variadas provas de ciclismo, chegou finalmente o momento da competição arrancar em Portugal. E logo com uma grande novidade: a tradicional prova de abertura estará este ano dividida em duas provas, o Circuito CAR Anadia (dia 10) e a já habitual Prova de Abertura – Região de Aveiro (dia 11).

O percurso do Circuito CAR Anadia será realizado no mesmo traçado utilizado na Prova de Reabertura do ano passado e contará com seis passagens por um circuito com 17km, perfazendo um total de 129km. Esta prova será corrida exclusivamente por equipas de clube, num pelotão maioritariamente composto por atletas do escalão sub-23. No dia seguinte serão apenas as equipas continentais a competir na Prova de Abertura – Região de Aveiro, corrida que terá aproximadamente 173km e um percurso maioritariamente plano.

Para além da divisão das equipas continentais e de clube do pelotão nacional, outra das novidades para estas primeiras provas do ano é que será possível cada equipa ter 10 elementos presentes em prova, uma exceção que permite o regresso à competição de mais atletas.

A Portuguese Cycling Magazine falou com alguns dos intervenientes em ambas as provas e recolheu as suas opiniões relativamente ao muito aguardado desconfinamento das provas em Portugal e também à divisão de pelotões por ambas as provas.

Para os ‘continentais’ Francisco Campos (W52/FC Porto) e Pedro Silva (Rádio Popular – Boavista), que esperam estar presentes na prova de domingo, este regresso é naturalmente de aplaudir. Para o portista, vencedor da corrida em 2017, é o momento certo para voltar à competição já que “anteriormente o país não estava capaz de atender a este tipo de eventos sem garantir a segurança de todos” e aponta para o facto de que “um pelotão mais pequeno evita um maior aglomerado de pessoas” e que “[depois de uma longa paragem] é necessário dar um tempo de adaptação aos ciclistas mais novos e inexperientes” como vantagens para a divisão entre equipas para o fim-de-semana. Já o jovem barcelense, uma das caras mais novas nos quadros dos axadrezados, admite que “gostaria muito de estar presente, (…) já não corro há muito tempo e sinto falta da competição”. Para a estreia os objetivos são claros, “ajudar a equipa e desfrutar”.

Francisco Campos, o vencedor da edição de 2017 da Prova de Abertura.
Foto: Federação Portuguesa de Ciclismo – João Fonseca

As equipas de clube estreiam-se na temporada no sábado, dia 10, um dia antes dos profissionais. António Cunha (Sport Ciclismo S.J. VER), Rafael Torres (Sicasal – Miticar – Torres Vedras) e Tiago Sousa (Porminho Team Sub-23/UCT) partilham da opinião dos profissionais acerca do regresso à competição, mas discordam da separação das equipas durante o fim-de- semana. António assume que “o desconfinamento das corridas se atrasou (…), mas se a partir de agora o calendário não for interrompido vai ser uma boa época”, no entanto reconhece que “em provas mais acessíveis, como a de Abertura, devíamos correr com os profissionais”. Rafael também espera estar à partida e Anadia e no que respeita ao desconfinamento crê que “estamos [os portugueses] a entrar num bom caminho” e é para si “bastante motivante ver as corridas a serem realizadas”. Apesar de “neste momento preferir correr com os profissionais”,  o ‘torriense’ reconhece que a separação de equipas “dará oportunidades aos atletas sub-23 de se mostrarem mais”. Tiago mostra-se bastante entusiasmado com as notícias do desconfinamento velocipédico em Portugal e revela que “após tantos meses de treino, sem qualquer competição, não podemos perder esta oportunidade de voltar a competir”. No seu entender “o ciclismo foi um desporto que se evidenciou na organização de provas no período de confinamento, cumprindo escrupulosamente todas as medidas da DGS” e, apesar de  preferir “que a prova fosse conjunta com as equipas profissionais” enaltece o facto de “existir a possibilidade de ter mais atletas a competir, já que é possível inscrever 10 atletas por equipa”.

António Cunha com as cores da Sport Ciclismo S.J. VER.
Foto: Imagem de arquivo do Facebook do atleta

Foto de capa: Federação Portuguesa de Ciclismo – João Fonseca