As superestrelas não facilitam e Remco Evenepoel (Soudal – Quick Step) dominou a Figueira Champions Classic, a sua primeira corrida da temporada. O belga levantou os braços na Avenida 25 de Abril depois de mais de 50 quilómetros isolado, deixando os adversários mais próximos a quase dois minutos. Vito Braet (Intermarché – Wanty) e Simone Velasco (Astana Qazaqstan Team) fecharam o pódio, num sprint que também contou com os portugueses Rúben Guerreiro (8º) e António Morgado (14º).
A primeira metade da corrida foi maioritariamente marcada pelos ciclistas das equipas portuguesas, que representavam cinco dos sete elementos da fuga do dia. André Carvalho (Sabgal / Anicolor), Afonso Eulálio (ABTF Betão – Feirense), Bruno Silva (Tavfer-Ovos Matinados-Mortágua), Luís Fernandes (Credibom / LA Alumínios / Marcos Car) e Hugo Nunes (Rádio Popular – Paredes – Boavista) assumiram as despesas, juntamente com os espanhois Ibai Azurmendi (Euskaltel – Euskadi) e José Félix Parra (Equipo Kern Pharma), e lideraram até à entrada para os últimos 80 quilómetros. A Soudal – Quick Step controlava a corrida e impôs um ritmo suficiente para que não houvesse ninguém à frente do pelotão na primeira subida categorizada do dia.
Depois da fuga ter sido absorvida, apenas tivemos de esperar 30 quilómetros pelos ataques. Remco Evenepoel, antecipando-se aos seus adversários, arrancou numa rampa não categorizada e pôs uma mudança que mais ninguém no pelotão tinha. Vários ciclistas tentaram reagir, mas apenas Isaac del Toro (UAE Team Emirates) se conseguiu destacar do grupo. O jovem mexicano, vencedor do último Tour de l’Avenir, chegou a estar a apenas 20 segundos do campeão do mundo de Wollongong, mas o seu esforço foi inglório. O grupo voltou a unir-se e, cada vez que a estrada inclinava, havia alguém a atacar. António Morgado (UAE Team Emirates) foi um dos mais inconformados, mas as forças estavam muito equilibradas entre todos os atletas não chamados Evenepoel. Os constantes ataques e a desorganização no trabalho permitiram que alguns ciclistas reentrassem durante os quilómetros finais, com a aproximação à meta a ser feita com quase duas dezenas de corredores em conjunto. Morgado e Rúben Guerreiro (Movistar Team) eram dois desses corredores, mas a presença de alguns especialistas em sprints em grupos restritos limitou muito as suas chances de sonhar com um resultado melhor. No final, Vito Braet e Simone Velasco foram os mais fortes e acompanharam Remco Evenepoel no pódio.
Quanto às equipas portuguesas, a concorrência do World Tour provou-se demasiado forte para sonhar com uma surpresa, tendo o melhor posicionado dos seus atletas sido Luís Gomes (Kelly / Simoldes / UDO), na 53ª posição.