O ciclismo português vive um dos melhores períodos da sua longa história, sendo o mês de fevereiro um mês inaudito e um excelente exemplo do quão extraordinário é o tempo em que vivemos, em que tivemos direito a um mês espetacular do início ao fim.
A 2 de fevereiro, Rúben Guerreiro, na sua primeira corrida com as cores da Movistar, vence a 4.ª etapa (e etapa rainha) da Volta à Arábia Saudita e no dia seguinte conquistaria a classificação geral da corrida. Foi a primeira vitória numa classificação geral de Rúben Guerreiro numa prova de escalão .1 ou superior.
Na mesma semana, dois dias depois da enorme conquista do ciclista de Pegões, Rui Costa protagonizava a maior reviravolta da época, quando, no último dia de prova da Volta a Valência, conseguiu vencer a última etapa e saltar de 6.º para 1.º na geral, numa etapa em que não era de todo expectável que fosse acontecer. Foi a primeira vitória numa geral desde 2017 para o ex-campeão do mundo.
Na semana seguinte, iniciavam-se os Campeonatos da Europa de Pista (realizados em Grenchen entre 8 a 12 de fevereiro) com um forte contingente nacional a marcar presença. Os resultados foram os melhores ainda, com Maria Martins a tornar-se campeã europeia de Scratch, enquanto que Rui Oliveira tornou-se vice-campeão europeu de eliminação, tudo num especial dia 8.
A meados do mês, o pelotão internacional fez uma incursão pelas estradas nacionais, com as espetaculares Figueira Champions Classic e Volta ao Algarve, nas quais os ciclistas portugueses voltaram a brilhar. Rui Costa foi 4.º na Figueira da Foz e fechou top-10 na Volta ao Algarve, enquanto que João Almeida finalizou em 2.º no Malhão e fechou em 6.º na classificação final da algarvia.
Sem mais vitórias até ao final do mês, houve vários resultados de enorme destaque. Por exemplo, Rúben Guerreiro foi 3.º no Gran Camiño, prova disputada na Galiza e com uma enorme invasão dos adeptos nacionais, onde conseguiu o grande feito de ser um rival à altura de Jonas Vingegaard, enquanto que Rui Costa foi 2.º na Faun Drôme Classic, confirmando que é um dos ciclistas mais fortes de 2023, até ao momento.
O mês fechou com um resultado histórico de Rui Oliveira, que terminou a Omloop Het Nieuwsblad (prova do principal escalão) em 9.º lugar e foi o primeiro ciclista português a conseguir um lugar tão alto numa das principais clássicas da Flandres.
Depois de um mês de fevereiro recheado, esperemos que março traga tantas ou mais alegrias a todos os ciclistas portugueses!