A poucas horas do final do ano ainda há tempo para ver um pouco de ciclismo neste 2022. Dessa forma decidimos fazer uma pequena coletânea das etapas que marcaram esta temporada e podem (e devem) ser revistas neste final do ano.
Desde clássicas a corridas por etapas entusiasmantes foram vários os momentos altos desta temporada. Nesta nossa seleção optamos por uma escolha variada que reúne os momentos mais entusiasmantes e com os protagonistas mais variados da temporada.
Campeonato do Mundo de Juniores
A corrida que prendeu os portugueses à televisão noite dentro. O nome de António Morgado já era bem conhecido dos fãs de ciclismo nacionais que se habituaram semana após semana a ouvir que o corredor luso vencia mais uma corrida. A expectativa era por isso naturalmente grande e quem decidiu passar a madrugada de sexta para sábado em frente à televisão certamente roeu tudo o que tinha de unhas. Uma corrida de ataque do ciclista português, praticamente desde a primeira volta, entrando isolado na última volta e acabou por disputar ao sprint a corrida com Emil Herzog, o seu grande rival nas corridas de juniores internacionais.
Strade Bianche Feminina
A verdade é que as duas corridas da clássica italiana foram históricas neste ano. Se por um lado tivemos um super ataque de Tadej Pogacar a cinquenta quilómetros da meta na corrida masculina, na corrida feminina a luta foi até ao último momento.
Um duelo entre Annemiek Van Vleuten e Lotte Kopecky que deixou a incerteza até ao final. Com o grupo das favoritas a entrar junto no último quilómetro, depois de vários ataques ao longo do percurso, a batalha final deu-se dentro das muralhas de Siena com Annemiek Van Vleuten a dar tudo nas rampas da subida da Piazza del Campo, mas com uma super Lotte Kopecky a resistir às investidas da neerlandesa e a conseguir vencer ao sprint
Liège-Bastogne-LIège
Remco Evenepoel teve em 2022 uma ano maravilhoso, e que para além das vitórias foi amplamente reconhecido neste final de temporada com vários prémios individuais, nomeadamente o Velo d’Or.
Essa época de sonho para o prodígio belga começou em Abril com a conquista da Liège-Bastogne-Liège, o quarto monumento da temporada e que teve uma vitória com um super ataque de longe, a imagem de marca de Remco Evenepoel. No final da subida do Col de la Redoute o belga arrancou a todo o gás e os adversários só lhe puseram os olhos em cima na meta. Uma vitória que salvou uma temporada de clássicas que estava a ser uma desilusão por parta da Quickstep e que foi o primeiro capítulo de uma época que onde conquistou a Volta a Espanha e também o campeonato do mundo.
Tour de Flandres
Aqui temos uma junção de alguns dos ingredientes que fazem uma grande corrida. Ataques e mais ataques, uma batalha entre dois dos melhores ciclistas do mundo e um final de deixar qualquer um de queixo caído.
A história deste Tour de Flandres tem de começar a ser contada por Tadej Pogacar, porque não é todos os dias que o vencedor em título do Tour de France aparece na Volta a Flandres nos dias de hoje. E já sabemos como é o esloveno, onde ele está é para ser personagem principal. Com um ataque a mais de cinquenta quilómetros no Oude Kwaremont a corrida começou a ser decidida e apenas Mathieu van der Poel conseguiu seguir. Daqui até ao fim foi um duelo entre dois dos melhores da atualidade e no final um golpe de génio de Van der Poel.
No comando do sprint o neerlandês permite a chegada dos perseguidores para tornar a batalha a dois numa luta a quatro, deixando Pogacar KO e conquistando assim o seu segundo Tour de Flandres em três anos.
Tour de France, Albertville – Col du Granon
Esta é uma das etapas que de forma alguma podia ficar fora desta seleção, provavelmente o dia mais marcante do ano, a etapa que decidiu o Tour de France e uma enorme batalha entre Tadej Pogacar, Jonas Vingegaard e a Jumbo-Visma.
A corrida começou a ficar completamente louca na passagem pelo Col du Galibier, com os ataques de Primoz Roglic a lançarem a corrida e abrirem um verdadeiro festival na subida de categoria especial. Primeiro o trio Vingegaard, Roglic e Pogacar numa sucessiva troca de ataques, depois com outros nomes como Nairo Quintana, Romain Bardet ou Geraint Thomas a juntarem-se à festa.
Na subida do Col du Granon algo que parecia impossível aconteceu, Tadej Pogacar cedeu ao ataque final de Jonas Vingegaard e o dinamarquês acabaria o dia a erguer os braços, conquistando a camisola amarela para nunca mais largar até Paris.