Na antecâmara da primeira edição da Figueira Champions Classic, a Portuguese Cycling Magazine esteve à conversa com Rúben Pereira, na condição dupla de diretor desportivo da equipa Glassdrive Q8 Anicolor e de corresponsável pela organização da primeira clássica de nível internacional no nosso país, cujo diretor máximo é Carlos Pereira, pai do entrevistado.
Mas no caso de Rúben, as suas funções estiveram mais relacionadas com a vertende desportiva do que com a logística inerente à organização de uma prova deste calibre.
Eu fiquei responsável por selecionar as equipas do World Tour, a parte mais fácil da organização. Fui eu que tratei dos contactos com estas equipas.
Rúben Pereira
Inicialmente, o diretor desportivo da equipa Glassdrive Q8 Anicolor mostrou-se, inclusive, cético perante as metas que lhe foram propostas para a Figueira Champions Classic, mas a verdade é que acabaria por superá-las.
Foi um desafio muito grande. Quando me propuseram ter quatro equipas World Tour eu já achei muito, quanto mais ter seis equipas. E por isso também tenho de agradecer a todas as equipas World Tour que me abriram as portas e que me acolheram. Estivemos prestes a ter mais duas equipas, mas por questão de algumas lesões não foi possível que estivessem presentes. Para primeiro ano é um balanço muito positivo para esta clássica.
Rúben Pereira
Com um sentimento de dever cumprido e satisfação com o trabalho desenvolvido para trazer até às estradas portuguesas, pela primeira vez, uma corrida desta categoria, Rúben Pereira já pensa na próxima edição, que segundo contou à Portuguese Cycling Magazine em primeira mão, traz ainda mais novidades que deixam água na boca para 2024.
A Figueira Champions Classic tem tudo para ser o auge do ciclismo nacional nos próximos anos, a nível de calendário e de equipas. Como é óbvio o diretor de corrida é o meu pai [Carlos Pereira], é ele o diretor máximo do evento, e o objetivo no próximo ano será que esta clássica suba de escalão. Aliás, posso confirmar que irá fazer parte do ProSeries em 2024. E será uma clássica que irá atrair muitas equipas do World Tour, pela questão não só dos pontos, mas também por esta ligação muito próxima à Volta ao Algarve, que tem tudo para dar certo.
Rúben Pereira
Rúben Pereira partilha também o sucesso desta corrida com a cidade-anfitriã da mesma, a Figueira da Foz, a quem agradecer por ter proporcionado todas as condições necessárias para acolher a clássica:
A Figueira da Foz em si, o que município pode aportar às equipas, é muito. As condições hoteleiras: como podemos ver, estamos num hotel de elevada qualidade, com um serviço muito específico e apropriado para as equipas. Eu, pelo menos, não me lembro de alguma unidade hoteleira que tenha tudo preparado, a nível logístico, quer a nível de pontos de água, pontos de luz, parqueamento separado, refeições específicas para as equipas, espaço só para as equipas. Tudo isto é um trabalho que requer bastante dedicação e que o hotel esteja devidamente preparado. Penso que estão aqui sete ou oito equipas, e seis delas do World Tour, que têm uma estrutura, como vocês podem ver, bastante grande. E depois como é óbvio o clima agradável, como podemos ver hoje; as estradas com imensa qualidade, já que o percurso foi muito estudado nesse aspeto, e acho que a Figueira estará na rota do ciclismo internacional nos próximos anos
Rúben Pereira
Impulsionada pelo sucesso desta primeira edição, a Figueira Champions Classic promete voltar em 2024 ainda com mais qualidade. Uma aposta ganha por parte de todos os envolvidos, que se espera vir a cimentar o seu lugar no calendário velocipédico internacional, aproximando Portugal cada vez mais da rota do melhor ciclismo do mundo.
Agradecemos ao Rúben Pereira, à Glassdrive/Q8/Anicolor e à Figueira Champions Classic a disponibilidade para esta entrevista.